"Temos ouvido muitas queixas das pessoas, nomeadamente do custo de vida, nomeadamente das dificuldades da vida, onde o salário muitas vezes não dá para pagar a casa, o salário não dá para aquilo que é necessário, para colocar os filhos na escola, para a subsistência, o salário não chega para tudo o que é necessário as pessoas terem de pagar", relatou o cabeça de lista do BE às regionais da Madeira, Roberto Almada, que esteve hoje em campanha no concelho de Câmara de Lobos.
Por isso, defendeu, qualquer Governo que venha a tomar posse na Madeira e "qualquer deputado que se preze na região tem de ter uma luta grande pela valorização dos salários, pela valorização dos rendimentos, pela valorização da qualidade de vida destas mesmas pessoas".
Pois, hoje não são apenas os desempregados ou "as pessoas que têm pensões de miséria" que têm dificuldades, "quem trabalha, quem vive do seu trabalho tem grandes dificuldades para pagar as suas contas", salientou o candidato, insistindo na necessidade de valorizar os salários e de ter forças no parlamento regional que lutem por isso.
"É preciso ter na Assembleia Legislativa da Madeira o que também já temos na Assembleia da República, um BE reforçado para garantir que a valorização dos rendimentos das pessoas é levada de facto à discussão", indicou Roberto Almada, que depois de em 2023 ter sido eleito deputado nas regionais realizadas em setembro, falhou a reeleição nas eleições antecipadas de maio de 2024.
Também presente na ação de campanha do BE/Madeira, a eurodeputada bloquista Catarina Martins destacou o caso do rendimento dos pescadores e das comunidades que dependem da pesca.
"Muitas vezes há a discussão absurda se são as preocupações ambientais que põem em causa os rendimentos dos pescadores. Ora, os pescadores são os primeiros a saber que se pescarmos tudo, em qualquer época do ano, a seguir não há peixe para ninguém, nem para comer, nem para os pescadores pescarem, não há rendimento para ninguém", enfatizou.
Desta forma, acrescentou, é preciso garantir que, quando há quotas de pesca, "elas favorecem sobretudo as comunidades piscatórias locais e não quem vem com grandes frotas de outro sítio qualquer".
Por outro lado, é necessário garantir que há apoios aos pequenos pescadores para terem tecnologia nos barcos, "fundamental tanto para tornar a pesca mais eficaz, com maior rendimento, como tornar também mais seguro o seu trabalho", defendeu Catarina Martins.
Às legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, concorrem 14 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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