Mariana Mortágua esteve esta manhã na concentração dos enfermeiros da hospitalização privada, em Lisboa, tendo respondido aos jornalistas que o "Ministério da Saúde tem feito um simulacro de negociações".
"Aliás, tem feito um conjunto de provocações aos sindicatos dizendo 'sim, sim, vamos negociar', mas não há nem propostas concretas nem propostas que os médicos, os profissionais possam aceitar", enfatizou.
Para a líder do BE, "a única forma de respeitar os profissionais de saúde é de aceitar que têm de ter um horário de trabalho compatível com a sua vida familiar, com a sua vida e serem pagos por isso".
"E não é isso que está em cima da mesa, aliás, o ministro da Saúde faz o mesmo que faz o ministro da Finanças, que é dizer, pode-se negociar desde que não aumente a despesa estrutural", referiu, acrescentando ainda que todos os responsáveis por esta pasta "têm sido exímios na arte do veto de gaveta".
Já sobre as alterações anunciadas na quinta-feira, mas não divulgadas pelo Governo, ao diploma vetado pelo Presidente da República sobre a progressão dos professores, Mariana Mortágua começou por sublinhar que "é da mais elementar justiça que sejam aplicados aos professores no continente as regras que foram aplicadas aos professores nas regiões autónomas".
"O facto de ter sido possível recuperar o tempo de serviço e contar o tempo de serviço aos professores nas regiões autónomas mostra como, no continente, a razão pela qual não se faz esse gesto é por teimosia, é uma provocação aos professores", criticou.
Para a bloquista "não há nenhuma razão financeira que justifique este ataque à dignidade dos professores".
E da mesma forma que o Governo provoca profissionais de saúde, também provoca os professores dizendo exatamente o mesmo: estamos dispostos a negociar desde que isso não aumente despesa estrutural", lamentou.
Na opinião de Mariana Mortágua, "só há uma forma de resolver este problema" que são "negociações sérias", para as quais "é preciso corresponder às expectativas de carreira e de salário" bem como "igualdade entre regiões autónomas e continente".
"Se eu quero que essa resposta exista? Quero. Se desejo que seja possível o governo encontrar e dar essa resposta aos professores? Desejo. Se acredito na boa-fé do governo nas negociações nos últimos anos? Não, não acredito, porque não foi essa a prática do governo até agora", resumiu.
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