"Nós estamos a trabalhar exatamente com o objetivo de mais votos, mais mandatos, e reforçar", indicou Paulo Raimundo, em declarações aos jornalistas no segundo dia da Festa do Avante!, à margem de uma visita à bienal de artes plásticas.
O líder comunista considerou ser "muito visível que quando o PCP e a CDU andam para trás a vida das pessoas anda para trás".
"Nós queremos é pôr a vida das pessoas a andar para a frente. Uma das condições para isso é nós reforçarmos do ponto de vista eleitoral, mas também do ponto de vista dos mandatos", defendeu.
Questionado se está preocupado que a posição do partido sobre a guerra na Ucrânia tenha efeitos no resultado eleitoral do PCP nos desafios eleitorais que se avizinham, o secretário-geral respondeu negativamente, considerando que "se criou uma história sobre a posição do PCP que não existe de facto".
"Hoje é uma evidencia que aquilo que o povo precisa é aquilo que nós dizemos há nove anos a esta parte, é de paz e não de guerra, é de solidariedade e não de confrontação, é de falar mais de cooperação e menos de armas. Isto hoje está muito mais evidente e temos a certeza absoluta de que há uma compreensão maior para aquilo que afirmamos e há um assumir mais largo dessa posição da exigência de paz, que é isso que os povos precisam", defendeu.
O líder comunista apontou que "quem defende a paz, quem se empenha na luta pela paz, não pode em momento algum pensar que vai ser prejudicado também do ponto de vista eleitoral, não é possível que isso aconteça".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia contra a Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Nas declarações aos jornalistas, Paulo Raimundo insistiu também ser "claro para muita gente hoje em dia que quando o PCP e a CDU avançam do ponto de vista social, mas também eleitoral, a vida de cada um anda para a frente nos direitos, nos salários, anda nas conquistas e o país anda para a frente".
"Quando o PCP e a CDU andam para trás, também do ponto de vista eleitoral, as consequências estão à vista do que é que significa no retrocesso da vida de cada um mas também do país", alertou.
Sobre as declarações que fez na sexta-feira, indicando que o PCP pode ser alternativa ao atual Governo, Paulo Raimundo indicou que se trata da "alternativa dos salários e das pensões, do combate ao aumento do custo de vida, para enfrentar de forma imediata e com consequências na vida das pessoas, o drama da habitação, afrontar o escândalo nacional que são os lucros colossais dos grupos económicos".
"Estes é que são os grandes desafios que temos de enfrentar e, naturalmente, que é uma alternativa que tem no seu grande dinamizador o PCP, mas que não está em condições de a concretizar sozinho. Todos aqueles milhares que estão aqui nesta festa, muitos sem partidos, é gente naturalmente que também terá de assumir nas suas mãos essa construção", defendeu.
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