"Estamos bem no centro do Funchal e toda esta zona é uma zona que tem sido completamente esquecida, [para] onde os governantes prometeram tudo e mais alguma coisa, até escadas rolantes. [...] As mais mirabolantes promessas foram feitas para esta zona para garantir às populações melhores condições de vida", afirmou o cabeça de lista da CDU, Edgar Silva, acrescentando que "tudo não passou de uma fraude política" e de "uma mentira".
O também coordenador do PCP/Madeira referia-se a algumas zonas da freguesia de São Pedro que foram antigos bairros operários do Funchal, considerando que "as políticas de segregação social, exclusão social e injustiça social foram implacáveis".
Edgar Silva indicou que há pessoas que atualmente ainda vivem em situações "indignas de habitabilidade, na luta pela sobrevivência".
"Estes são lugares onde são indesmentíveis as consequências dessa segregação social, dessa elitização que as políticas de Miguel Albuquerque [presidente do Governo Regional], do PSD e do CDS-PP, têm vindo a desenvolver na região e que têm vindo a agravar e intensificar ainda mais a exclusão e a segregação", apontou.
"É preciso dar voz a estas ilhas que estão dentro da ilha. É preciso dar voz a estas ilhas da desigualdade social e da injustiça social. É por isso que nós cá estamos e é por isso que podemos dizer que, nesta batalha pela justiça social, a CDU estará sempre na linha da frente", reforçou o cabeça de lista da coligação.
Na perspetiva de Edgar Silva, estas zonas necessitam, sobretudo, de investimento público que garanta melhores acessibilidades, zonas de estacionamento e melhor habitação.
Nas eleições de 24 de setembro, a CDU quer recuperar o grupo parlamentar que já teve na Assembleia Legislativa da Madeira, depois de, em 2019, ter elegido apenas um deputado.
Concorrem às legislativas regionais 13 candidaturas que irão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas eleições regionais anteriores, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
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