"Para o PAN, estas medidas, para além de tardias, são uma mão cheia de nada, soam de facto a muito poucochinho", afirmou Inês de Sousa Real em declarações aos jornalistas no parlamento depois de o Conselho de Ministros ter aprovado medidas sobre o crédito à habitação para ajudar as famílias a mitigar o impacto da subida das taxas de juro.
"Continuamos naquela que é uma campanha propagandista por parte do Governo. As medidas anunciadas não só são insuficientes, como não dão resposta à inflação e ao crescimento galopante das taxas de juro", criticou a líder do PAN.
A deputada única alegou também que a "banca continua intocável".
"Só no primeiro semestre do ano, por conta do aumento das taxas de juro, os bancos já tiveram lucros que ascendem a mais de dois mil milhões de euros. É absolutamente inaceitável, é imoral, que os portugueses que deram a mão à banca quando a banca mais precisou, vejam agora medidas que deixam na mão da banca a possibilidade de renegociação em termos que desconhecemos", criticou, apontando que os portugueses são sabem "se vão ou não ser penalizados pela banca e se vão ter de pagar juros sobre juros na moratória que aqui é criada".
A líder do Pessoas-Animais-Natureza pediu também medidas para ajudar as famílias fazer face ao aumento das rendas e considerou que continuam "sem ter uma solução à vista".
Inês de Sousa Real defendeu medidas como "crédito bonificado para os mais jovens, alojamento estudantil" ou "um mecanismo travão que impeça uma onda de entrega de casas à banca, nomeadamente com um mecanismo como houve durante a pandemia, como foi o caso da impossibilidade de execução de penhora das casas de morada de família".
"Agora resta saber o que é que o Governo vai optar, se vai optar uma vez mais por ficar sozinho no monólogo da sua maioria absoluta ou se vai entender, de uma vez por todas, que dialogar com a oposição é dialogar com o país e chegar às preocupações reais do país", desafiou.
O Conselho de Ministros aprovou hoje medidas sobre o crédito à habitação para ajudar as famílias a mitigar o impacto da subida das taxas de juro, entre elas, uma medida que garante que a taxa de juro não ultrapassa 70% do indexante (Euribor) e outra que alarga de 720 para 800 euros o apoio à bonificação dos juros do crédito à habitação.
O Governo mantém ainda a suspensão da comissão por reembolso antecipado do empréstimo da casa, até ao final de 2024.
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