"Neste tipo de questões, quanto mais for possível que os parceiros estejam presentes e se revejam no acordo que é alcançado, tanto melhor", começou por responder Rui Rocha sobre o acordo de rendimentos assinado no sábado entre Governo e parceiros sociais.
À saída da audiência com o Presidente da República a pedido da IL, o líder liberal considerou ser "um sinal positivo que o salário mínimo nacional possa subir um pouco mais porque os parceiros têm essa disponibilidade para fazer um esforço".
"Em 2023 estamos a discutir se o salário mínimo nacional é 810 euros ou se é 820. Continuamos perante dados que são dados de uma enorme mediocridade", lamentou.
Antecipando o que será o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) que será entregue pelo Governo ao parlamento na terça-feira, Rui Rocha questiona os impactos deste documento.
"Com este Orçamento do Estado que agora se perfila, a vida dos portugueses vai mudar em quê? No acesso à saúde? Na educação? Nos rendimentos? No nível de vida? No acesso à habitação. Olha-se para aquilo e diz-se: vamos continuar a adiar os problemas, não há nada de estrutural, não há nenhuma solução, não há nenhuma coragem", criticou.
Para o líder da Iniciativa Liberal, Portugal não está "perante um primeiro-ministro", mas sim "perante um gestor de condomínio que vai gerindo quando é que muda uma lâmpada, quando é que faz uma pequena manutenção, quando é que chama um técnico".
"Mas o país não precisa de um gestor de condomínio, precisa de política a sério, política corajosa", contrapôs.
Os portugueses, na análise de Rui Rocha, estão "encurralados por uma maioria absoluta que não apresenta soluções nas questões essenciais" como a a saúde, habitação ou educação.
"Estamos com um país encurralado por um primeiro-ministro que está completamente alheado da realidade, que não reconhece os problemas e que, com a sua maioria absoluta, vai em contramão do país até encontrar uma parede", disse.
No sábado, o primeiro-ministro, António Costa, assinou com os parceiros sociais, à exceção de CGTP e CIP, um Reforço do Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade que eleva o valor do salário mínimo nacional para o próximo ano para os 820 euros.
Ao final do dia de sábado, o Conselho de Ministros extraordinário aprovou a proposta de OE2024 que vai entregar ao parlamento na terça-feira.
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