"PS tem obrigação de vencer folgadamente estas eleições"
Antigo eurodeputado socialista Vital Moreira argumentou, no domingo, que "nenhum partido no poder parte para eleições em condições tão propícias como o PS agora".
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Política Eleições
O constitucionalista e antigo eurodeputado do Partido Socialista (PS) Vital Moreira considerou, na noite de domingo, que "o PS tem obrigação de vencer folgadamente estas eleições", referindo-se às eleições legislativas de 10 de março.
"Para o bem e para o mal, é do desempenho do novo líder e candidato a primeiro-ministro do PS (Pedro Nuno Santos) que vai depender em grande parte o resultado eleitoral do partido", escreveu Vital Moreira no blogue Causa Nossa, antevendo que, nas próximas eleições, teremos "os mesmos partidos de sempre", mas com "dois líderes estreantes".
O também antigo deputado à Assembleia da República considerou que "é certo que as eleições não dependem somente dos líderes partidários" e que "há também as listas de candidatos, os programas eleitorais, a política de alianças pós-eleitorais, as campanhas eleitorais", mas "tal como noutras democracias parlamentares, em que a solução governativa depende do quadro parlamentar, a figura do candidato a primeiro-ministro assume um relevo destacado nas eleições, tanto mais que a eleição direta dos líderes partidários reforça poderosamente a tendência para a presidencialização dos partidos e para a pessoalização da vida política".
"O desafio político do novo líder do PS é especialmente exigente, por uma razão fundamental: desde Cavaco Silva, em 1987 e 1991, e Guterres, em 1999, nenhum partido no poder parte para eleições em condições tão propícias como o PS agora", continuou Vital Moreira, realçando a "situação globalmente favorável do país", com "crescimento económico, emprego elevado, convergência com a UE, aumento de rendimentos (salários e pensões, salário mínimo, prestações sociais), 'contas certas', surto inflacionista em vias de findar".
"Depois, há as importantes reformas empreendidas ou em vias de execução: descentralização territorial, ordens profissionais, SNS, política de habitação, lançamento do TGV, creches gratuitas, redução do IRS", continuou, acusando o "descrédito do radicalismo de esquerda" e, "do outro lado", a "falta de 'chama' na liderança do Partido Social-Democrata (PSD) e a grande divisão à direita, fragilizando a alternativa política".
Para concluir, Vital Moreira argumentou que "tudo indica que a operação de 'lawfare' do Ministério Público contra o Governo e o PS vai falhar, mais cedo do que tarde", ao mesmo tempo que, "pelo contrário, a perceção de perseguição política pode reverter a favor do PS".
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