O líder do PSD, Luís Montenegro, assumiu que "ainda há muita gente que não está convencida a votar no PSD e a apostar numa mudança de Governo". No entanto, Montenegro acredita que a margem de crescimento do partido "é muito grande".
Em entrevista à SIC Notícias, o social-democrata garantiu que tem consciência das suas dificuldades, mas assume que está "preparado para as ultrapassar". "Ainda sinto que as pessoas não têm sobre mim um conhecimento completo da minha forma de ser e das minhas competências políticas", afirmou Luís Montenegro.
O social-democrata garantiu que só não esteve até agora num governo do PSD "por opção". "Eu não estive no governo, podia ter estado", afirmou Montenegro, que realçou que teve "que fazer uma opção e fazer o trabalho de líder parlamentar".
Apesar disso, o líder do PSD realçou que muitas vezes dizia que era o 12º ministro do Governo de coligação entre o PSD e CDS. "Tenho um conhecimento integral de todas as áreas de governação", garantiu Luís Montenegro.
Durante a entrevista, que foi realizada em Espinho, a sua cidade Natal, Luís Montenegro referiu que a "falta de docentes é um problema negligenciado". "Os professores são uma carreira prioritária na administração pública", referiu.
Sobre Pedro Nuno Santos, Montenegro assumiu que o adversário é "politicamente combativo". "A sua experiência é composta por ideias erradas, retrógadas e que não trazem progresso. São radicais", disse Montenegro sobre o secretário-geral do PS. O líder do PSD referiu ainda que a "imaturidade, precipitação impulsividade" são traços do seu opositor.
Questionado sobre se o Chega tem sido um mar difícil de domar, Montenegro negou e assumiu que já trocou algumas ideias com André Ventura, embora "muito fugazes". Sobre o facto de André Ventura ter dito, em declarações à SIC, que considera Montenegro um amigo, o líder do PSD assumiu que tem uma boa relação com o presidente do Chega. "Tivemos sempre uma relação cordial e amiga", afirmou Luís Montenegro, que garantiu que não falou "sobre pós-eleições" com Ventura.
Sobre a possível presença de ex-líderes do PSD na campanha eleitoral, Montenegro assumiu contar com Pedro Passos Coelho. "Claro que eu quero e conto com ele [Pedro Passos Coelho] e com todos os outros", assumiu.
"O partido está muito mobilizado, muito coeso e muito motivado para, nesta campanha eleitoral, todos darem o seu esforço e contributo para alcançarmos um resultado que nos permita governar", referiu.
O objetivo de Luís Montenegro para as eleições do dia 10 de março é "conquistar o maior número de votos possível". O presidente do PSD assumiu que formará governo caso vença as eleições. "Não há nenhum problema em governar mesmo não tendo, como ponto de partida, a maioria de deputados na Assembleia", referiu.
"Estou focado em ganhar, tendo mais votos que os outros, em formar um governo e é essa a condição para eu ser primeiro-ministro", afirmou Luís Montenegro, que recusou a ideia de uma geringonça à direita.
"Creio que as pessoas em Portugal desejam uma mudança política. É responsabilidade do PSD apresentar ideias, apresentar equipa e ter um líder motivado, mobilizado e preparado para isso", disse Montenegro. O líder do PSD afirmou ainda estar "focado em dar ao país uma alternativa a este socialismo que nos desgovernou nestes últimos oito anos".
O social-democrata recusou ainda responder se continuará na liderança do PSD caso perca as eleições legislativas.
[Notícia atualizada às 22h58]
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