Esquerda acusa Governo de agravar situação do SNS e privilegiar privados

A oposição à esquerda no parlamento acusou hoje o Governo PSD/CDS-PP de agravar a situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e privilegiar os grupos privados, criticando sobretudo as dificuldades de acesso às urgências.

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Lusa
07/01/2025 20:12 ‧ há 21 horas por Lusa

Política

Governo

Este tema foi levado a plenário pela líder parlamentar do PCP, Paula Santos, e pela deputada do PS e antiga ministra Mariana Vieira da Silva no período das declarações políticas, e suscitou da parte de BE, Livre e PAN também críticas ao executivo chefiado por Luís Montenegro pela gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

 

Paula Santos sustentou que "as dificuldades com que o SNS se confronta não acontecem por acaso", são "resultado de uma estratégia do atual Governo para desarticular e desagregar SNS com um único objetivo, e não é o de garantir os cuidados de saúde a que os utentes têm direito, mas sim promover o negócio da doença dos grupos privados".

Por sua vez, Mariana Vieira da Silva afirmou que "este Governo agravou as condições de resposta do SNS", deixou por executar "todas as medidas com impacto mais estrutural" do seu Plano de Emergência e Transportação para a Saúde e procura "privilegiar a resposta privada".

Segundo a deputada do PS, além disso, "a opacidade quanto aos números e quanto aos resultados é total" e há até "a manipulação de números muito relevantes", verificando-se um "padrão de omissão" por parte do executivo.

A ex-ministra da Presidência referiu que "o próprio grupo de trabalho que o Governo nomeou para avaliar o Plano de Emergência e Transformação queixa-se de falta de dados e de dados contraditórios" e criticou a opção de se colocar a linha telefónica SNS24 como "um garrote no acesso às urgências", com dados de tempos de espera e de chamadas por atender que não são públicos.

O deputado eleito pelo PSD Miguel Guimarães, antigo bastonário da Ordem dos Médicos, saiu em defesa do Governo, contrapondo que "70% das medidas consideradas urgentes e prioritárias foram concretizadas até ao fim de 2024", destacou o acordo com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e afirmou que "existe no próximo ano mais investimento no SNS do que incidiu nos últimos três anos".

Dirigindo-se para Mariana Vieira da Silva, declarou: "A sua tentativa, de alguma forma, de escamotear o Estado em que nos deixou o SNS é completamente estéril, aliás, como foi a governação socialista na saúde durante os últimos oito anos". 

Miguel Guimarães também apontou o dedo ao PCP, alegando que os comunistas apoiaram o PS "em 2023 quando foi feita transferência de 8 mil milhões de euros para setor privado e social para pagar serviços prestados", mas Paula Santos respondeu-lhe que estava equivocado e que nesse período votaram contra o Orçamento do Estado.

"É verdade que o PS tem também aqui responsabilidades, a governação do PS na maioria absoluta dispunha de meios, dispunha das condições para resolver estes mesmos problemas e a verdade é que o facto de não o ter feito abriu portas para este aproveitamento e para a transferência dos cuidados para os grupos privados que o Governo do PSD e do CDS está muito a aproveitar", considerou, em seguida, a líder parlamentar do PCP.

À direita, IL e Chega rejeitaram uma visão estatista para a saúde e Miguel Guimarães perguntou se o PCP "prefere que um doente oncológico fique meses ou semanas à espera para ser tratado no SNS".

Leia Também: PSD diz que Governo trouxe "estabilidade e acalmia", mas PS pede cautela

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