A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Mariana Mortágua quer "instituir leques salarias", ou seja, "medidas que não permitam que um administrador de uma empresa possa ganhar 100, 200, 300 vezes mais do que o trabalhador".
A líder do Bloco pretende estabelecer que em Portugal um administrador de uma empresa "não pode ganhar 12 vezes mais do que o trabalhador médio".
"Se o administrador se quer pagar a si um ordenado milionário tem a obrigação de subir os ordenados a todos os trabalhadores da empresa", atirou em declarações aos jornalistas durante uma visita à Feira do Fundão, em Castelo Branco
"À medida que os preços sobem também sobem os lucros das grandes empresas. A Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, tem vindo a aumentar os seus lucros em 30% nos primeiros 9 meses de 2023. A EDP teve lucros de mil milhões de euros", apontou Mariana Mortágua, frisando que "a contrapartida destes lucros são preços muito altos, mas salários muito baixos.
Mortágua lembrou ainda que há 10% de trabalhadores pobres no país que não ganham o suficiente para viver, pagar a casa, a conta do supermercado ou da eletricidade".
"Há demasiados trabalhadores que ganham o salário mínimo nacional, mas ao mesmo tempo os gestores da EDP, do Pingo Doce, ganham salários milionários", frisou a líder do Bloco, acrescentando que a diferença salarial, dentro das empresas, entre trabalhadores e cargos mais altos, são gritantes.
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