À margem de uma visita ao Centro de Saúde de Sete Rios, Mariana Mortágua foi questionada sobre a contestação dos polícias, que começou num movimento inorgânico que surgiu dentro da PSP contra um suplemento de missão atribuído pelo Governo apenas à Polícia Judiciária (PJ) e que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
A líder bloquista disse ter estado na quarta-feira com esses manifestantes junto ao parlamento "para lhes dizer o óbvio".
"Que as reivindicações que os trazem ali são mais do que justas e se há um subsídio de risco que foi aumentado para a Polícia Judiciária, que depende do Ministério da Justiça, é mais do que justo que esse subsídio possa também ser atribuído às polícias que dependem do Ministério da Administração Interna", relatou.
Mariana Mortágua deixou o compromisso do partido "com reivindicações salariais e com a justiça relativa entre as várias polícias relativamente ao subsidio de risco", referindo que o BE já tinha apresentado uma proposta no último orçamento e que o voltará a fazer.
"Mais do que isso, reconhecemos, como para toda a administração pública, que na PSP em particular, mas nas forças policiais, são pagos salários muito baixos. São profissões que exigem grandes deslocações geográficas, tal como nos professores tal como nos médicos, e em que depois o salário é muito baixo e não consegue pagar uma renda, uma deslocação, uma vida", criticou.
Na opinião de Mortágua, quando se exige que os profissionais "cumpram a sua função de acordo com a importância" que tem, também é preciso "dar condições de trabalho a todas as pessoas que fazem o Estado", o que se aplica às polícias.
A direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) recebe hoje os sindicatos representativos do setor, perante o momento de contestação e protestos de agentes desde segunda-feira por melhores condições salariais e de trabalho.
Fonte oficial da direção da PSP disse à Lusa que a reunião vai ter lugar na sede, na Penha de França, em Lisboa, às 10:30, e que estarão presentes seis sindicatos.
A mesma fonte indicou que não foi definida uma agenda de trabalho pelo diretor nacional, Barros Correia, para a reunião, mas o foco estará na contestação dos polícias, que começou num movimento inorgânico que surgiu dentro da PSP contra um suplemento de missão atribuído pelo Governo apenas à Polícia Judiciária (PJ) e que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Os elementos da PSP, aos quais também se juntaram militares da GNR e guardas prisionais, consideram tratar-se de um "tratamento desigual e discriminatório".
Os protestos dos elementos das forças de segurança estão a ser organizados através das redes sociais, como Facebook e Telegram, e desconhece-se quando vão terminar.
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