A reivindicação coube a João Ferreira, candidato da CDU pelo círculo do Porto às próximas eleições legislativas, durante o protesto que reuniu ao final da tarde cerca de 80 pessoas diante da Câmara de Gondomar.
"O presidente da Área Metropolitana do Porto [Eduardo Vítor Rodrigues] tentou garantir aos cidadãos que não iriam ser suprimidos horários, que a transição seria feita de forma suave, mas a realidade tem-no desmentido diariamente", assinalou o político em declarações à margem da manifestação que decorreu sob chuva persistente.
E foi de "supressão de horários de linhas de autocarros que existiam [da Sociedade Transportes Colectivos do Porto] que fazem com que crianças vão de Baguim do Monte até Rio Tinto a pé, de casa para a escola" e da "falta de motoristas e de viaturas" que o candidato falou sobre os principais problemas que a população de Gondomar enfrenta.
"A nossa solução sempre foi a de alargar o serviço da STCP para que seja o único operador interno na Área Metropolitana do Porto [pois] fornece um serviço de maior conforto, com mais frequência e mais capaz", insistiu o político.
Questionado pela Lusa se "alargar o serviço da STCP significa rescindir com a empresa detentora da Unir, alegando incumprimento?", João Ferreira respondeu que "isso seria algo que teria de se averiguar, [conhecer] o contrato que foi feito com a nova empresa".
José Pereira, residente na Foz do Sousa, em Gondomar, e a trabalhar no Porto, criticou a "novidade" dos autocarros que vem do alto concelho terem de fazer transbordo no Largo do Souto, em São Cosme, afirmando que o que até dezembro "era direto ao Porto, agora obriga, a esperar horas para fazer o percurso completo".
"Não é justo", resumiu o gondomarense, que exigiu ao presidente da autarquia, Marco Martins, a solução do problema.
Maria Carriço, de Valbom, onde reside há 45 anos, manteve o tom das críticas: "com a chegada da Unir mudou tudo na minha vida, para pior. Chego a estar das 10:00 às 11:15 à espera de transporte, quando antes bastavam 15 minutos para chegar ao Porto".
"Na semana passada cheguei a casa tão tarde que tive problemas, com o meu marido a perguntar-me o que tinha andado a fazer para chegar mais tarde", relatou a reformada, "obrigada a fazer limpezas num condomínio no Porto" para compor o orçamento familiar.
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