O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, disse esta quarta-feira que o partido "teve sempre uma posição muito afirmativa" relativamente a "toda a promiscuidade entre negócios e política era francamente indesejável". Rui Rocha pediu explicações a Miguel Albuquerque, presidente do governo regional da Madeira, sobre a sua "eventual intervenção" em alegados casos de corrupção.
Rui Rocha considerou que o presidente do governo regional da Madeira à medida que o tempo passa sem haver uma explicação "fica mais fragilizado". "É essa a responsabilidade de quem tem uma função como a que o Miguel Albuquerque tem, a de vir imediatamente justificar e explicar aquilo que é a sua eventual intervenção nestas matérias", afirmou.
O líder da IL referiu que, caso Miguel Albuquerque não explique ou demore a apresentar uma explicação, "estamos perante uma situação de absoluta fragilidade". Rui Rocha garantiu que neste caso, Miguel Albuquerque "terá de tirar consequências sobre essa fragilização que ele próprio, neste momento atrasado essas explicações, está a promover no governo regional da Madeira".
"Para a Iniciativa Liberal a exigência e o padrão ético é aplicável a todos, independentemente dos partidos e das pessoas que estão em funções", garantiu.
Rui Rocha salientou ainda que Luís Montenegro "tem de vir dizer se mantém a confiança política em Miguel Albuquerque". O líder liberal desafiou também o PAN a "manifestar a sua posição", uma vez que estabeleceu um acordo com o PSD após as últimas eleições regionais, em setembro.
Recorde-se que a Polícia Judiciária (PJ) efetuou, esta quarta-feira, cerca 100 buscas na Madeira, nos Açores e em várias regiões do continente por suspeita de crimes de corrupção, participação económica em negócios.
O presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e o presidente do Conselho de Administração do Grupo AFA, Avelino Farinha, foram detidos.
[Notícia atualizada às 14h02]
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