"Cambalachos" na Madeira. Suspeitas contra Albuquerque "embaraçam o PSD"

Miguel Albuquerque afastou a hipótese de demissão e assegurou colaborar "de forma ativa com a justiça".

Notícia

© Getty Images

Daniela Carrilho com Lusa
25/01/2024 14:35 ‧ 25/01/2024 por Daniela Carrilho com Lusa

Política

Ana Gomes

A ex-eurodeputada Ana Gomes comentou na noite de quarta-feira a polémica que envolve o Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, considerando que este se deve demitir do cargo e que as suspeitas "embaraçam o PSD".

"Duvido que se possa manter por muito tempo. É a instituição Governo da Madeira que está em causa e que ele põe em causa, mantendo-se no cargo", começa por dizer Ana Gomes, em comentário à SIC Notícias, comparando este caso com o do primeiro-ministro, António Costa, que "decidiu demitir-se e não foi constituído arguido".

A socialista acusa mesmo Miguel Albuquerque de "embaraçar o seu próprio partido" e "é inevitável" que este caso traga consequências ao PSD neste período de campanha eleitoral para as eleições legislativas de 10 de março.

"Estas investigações eram voz corrente na Madeira. Ouvi muitas referências a este tipo de cambalachos que estão sob investigação", revelou Gomes, salientando que não tem dúvidas que são "questões muito graves".

Na opinião da comentadora, no caso do atual líder do Governo madeirense não se demitir, o presidente do PSD, Luís Montenegro, deverá "retirar-lhe a confiança política".

De recordar que Miguel Albuquerque afastou a hipótese de demissão e assegurou colaborar "de forma ativa com a justiça".

A Polícia Judiciária (PJ) realizou ontem na Madeira e em vários locais do continente cerca de 100 buscas numa investigação por suspeitas de investigações dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

Segundo uma nota da PJ, no âmbito de três inquéritos dirigidos pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, foram executadas 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias na Madeira (Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava), na Grande Lisboa (Oeiras, Linda-a-Velha, Porto Salvo, Bucelas e Lisboa), em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e Ponta Delgada (Açores).

O presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e dois gestores ligados ao grupo de construção AFA, Avelino Farinha e Caldeira Costa, foram os três detidos no âmbito da operação desencadeada pela Polícia Judiciária (PJ).

As detenções ocorreram às 14h15, acrescenta a Polícia Judiciária.

Na operação policial participaram dois juízes de Instrução Criminal, seis magistrados do Ministério Público e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral da República, bem como 270 investigadores criminais e peritos da PJ.

Leia Também: Buscas na Madeira. Detidos viajam hoje para Lisboa (e são ouvidos amanhã)

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas