O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, considerou, esta sexta-feira, que "ganhávamos todos se a Procuradora-Geral da República desse explicações" sobre a atual crise na Justiça.
O líder socialista comentou ainda os debates eleitorais e frisou que será "sereno quando tiver de ser sereno e combativo quando tiver de ser combativo", durante o próximo debate para as Eleições Legislativas de 10 de março, que decorrerá na segunda-feira e será frente ao líder da oposição, Luís Montenegro.
"Podem-me esperar a mim como eu sou: sereno quando tiver de ser sereno e combativo quando tiver de ser combativo. Na certeza de que defenderei o PS e as nossas propostas para o país", disse aos jornalistas, após ser questionado sobre a sua posição para o próximo debate, durante uma visita aos edifícios de Entrecampos, em Lisboa, construídos no âmbito do programa 1.º Direito.
"Procuro ser eu. É isso que eu tenho tentado ser e não tenho feito, aliás, um grande esforço para ser eu próprio", atirou.
Sobre as críticas do ex-presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, à Justiça, Pedro Nuno Santos recusou "comentar casos concretos", mas reconheceu ser "óbvio que há um debate a fazer".
"Perante o clima que está instaurado, ganhávamos todos se a Procuradora-Geral da República desse explicações", considerou, acrescentando que o partido tem uma proposta no seu programa eleitoral que "prevê a clarificação da relação do poder hierárquico do Ministério Público".
"O Ministério Público tem uma responsável máxima. No contexto em que vivemos, era muito importante, na minha opinião, que pudesse dar algumas explicações ao país", acrescentou.
Sublinhe-se que a dirigente socialista Ana Catarina Mendes criticou, na quinta-feira, que "detenções bombásticas" na justiça que resultam depois em falta de indícios de crime e insurgiu-se contra julgamentos e "humilhações na praça pública", manifestando-se indignada com a ligeireza desses casos.
Já Ferro Rodrigues defendeu uma intervenção do Presidente da República e criticou a atuação do Ministério Público em casos judiciais que causaram crises políticas.
[Notícia atualizada às 11h06]
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