Em declarações aos jornalistas após um encontro com a Confederação do Desporto de Portugal (CDP), na sede do partido, em Lisboa, o líder comunista assinalou a "grande sintonia" com o diagnóstico feito por aquela entidade e com as medidas que são necessárias para confirmar o desporto enquanto direito que, como fez questão de lembrar, está previsto na Constituição.
"Aumentando a prática desportiva estamos a aumentar uma sociedade melhor e mais democrática. É uma componente central na democracia, um direito público e, como tal, o Estado não pode dispensar... Pelo contrário, tem de ser um papel que assuma de forma central", vincou.
Paulo Raimundo considerou que o Estado não pode transferir a responsabilidade de garantir as condições necessárias para o acesso à prática desportiva para as autarquias ou para as próprias famílias, uma vez que essa situação pode alimentar a desigualdade entre as famílias que têm mais condições financeiras e aquelas que não podem suportar mais despesas.
"Nunca atingiremos a plenitude democrática daquilo que precisamos e do que o desporto precisa de ter enquanto (passe o pleonasmo) caminharmos neste caminho", afirmou, continuando: "Para cumprir a Constituição e para responder a uma sociedade melhor é preciso que o Estado não fuja dessa responsabilidade e que ajude, financie e abra caminhos. É um compromisso de sempre e é um compromisso que voltamos a assumir".
Entre outras medidas, Paulo Raimundo advogou a necessidade de um plano desportivo nacional que se traduza numa promoção do papel da educação física nas escolas, na revisão das questões de financiamento, na democratização do acesso ao desporto e numa alteração de paradigma, colocando a aposta neste setor como um investimento e não um custo.
Já o presidente da CDP, Daniel Monteiro, fez um "balanço positivo" da reunião com o PCP, na qual denunciou que o "desporto tem sofrido uma desvalorização política gritante" e apresentou propostas para "reformas estruturais no desporto", sobretudo ao nível do modelo de financiamento ou na constituição de um ministério do Desporto.
Por último, Paulo Raimundo manifestou as suas condolências à família e aos amigos de Artur Jorge, que morreu na quinta-feira, considerando-o uma "personagem importantíssima do desporto em Portugal" e recordando inclusivamente o papel do antigo jogador e treinador no desenvolvimento do Sindicato de Jogadores.
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