A ex-eurodeputada Ana Gomes analisou, no domingo, a governabilidade e a clareza dos partidos políticos, na sequência da polémica da viabilização (ou não) de um governo minoritário, após o secretário-geral do Partido Socialista (PS) ter dito que se sentia "desobrigado" a fazê-lo, porque não há, da parte da oposição, o "valor da reciprocidade".
"É muito simples. Ou ganha a Direita ou ganha a Esquerda. Ou há maioria de Direita ou há maioria de Esquerda. O PS está a ser muito claro. Se houver maioria à Esquerda, constitui um governo e há governabilidade, até com uma Gerigonça alargada, que agora pode também abranger o Livre e o PAN. Se a Esquerda perder, também é muito clarinho, o PS vai para a oposição", começou por dizer Ana Gomes no seu espaço de comentário da SIC Notícias.
A socialista afirmou, no entanto, que o problema será se existir uma maioria de Direita. Nesse caso, Ana Gomes adianta que "está aberto o caminho para a confusão".
"Luís Montenegro diz 'não é não'. Mas não sabemos se não aceita acordos que impliquem a entrada do Chega para o Governo ou se pode aceitar um acordo parlamentar. E já seria uma coisa sinistra uma aliança com uma força com os propósitos antidemocráticos do Chega", acusou Ana Gomes, reforçando que seria, para si, "um regresso ao 24 de abril mais acelerado".
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