Pedro Nuno nega Orçamento retificativo e diz que medidas são acomodáveis

O secretário-geral do PS afastou hoje a possibilidade de apresentar um Orçamento retificativo, alegando que as medidas do seu programa "são acomodáveis", e criticou o cenário macroeconómico da AD, que considerou irrealista.

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© Igor Martins / Global Imagens

Lusa
06/03/2024 17:41 ‧ 06/03/2024 por Lusa

Política

Eleições

Em declarações aos jornalistas no final de uma arruada em Torres Vedras, distrito de Lisboa, Pedro Nuno Santos foi questionado se, tendo em conta medidas que foi apresentando, como o fim das portagens nas ex-SCUT, é necessário o PS apresentar um Orçamento retificativo para as conseguir implementar.

"Nós não fazemos como a AD (Aliança Democrática), que tem um cenário macroeconómico que é irrealista, e que obviamente torna impossível realizar muitos dos seus compromissos. As nossas são acomodáveis", afirmou Pedro Nuno Santos.

O líder do PS sublinhou que o partido já apresentou o cenário macroeconómico, com taxas de crescimento "compatíveis com as previsões das agências internacionais" e, apesar de ambicionar "crescer mais", apresenta uma previsão "realista", que lhe permite realizar e cumprir os seus compromissos.

"Há medidas que são [para implementar] de imediato, há medidas que são ao longo da legislatura. O que nós sabemos é que o nosso cenário permite cumprir os nossos compromissos, e sabemos também que é muito provável que o cenário que a AD apresentou não seja realizável e os obrigue a cortar", defendeu.

Pedro Nuno Santos defendeu que, até ao momento, a AD ainda não respondeu "onde é que vai cortar caso o seu cenário não se verifique e não seja cumprido".

"Isso nunca dirão. Aliás, como não fizeram no passado e, depois, quando chegaram ao poder, cortaram e cortaram aos mesmos de sempre. Isso não pode voltar a acontecer", defendeu.

Nesta arruada, Pedro Nuno Santos esteve acompanhado pela cabeça de lista do PS por Lisboa, a governante Mariana Vieira da Silva, e foi questionado por um jornalista sobre como reage às declarações do líder da IL, Rui Rocha, que o acusou de falta de condições para ser primeiro-ministro, tendo respondido: "O meu adversário é a AD".

"Tenho resultados, tenho experiência e tenho respostas para resolver os problemas dos portugueses", frisou.

Durante o trajeto, Pedro Nuno Santos entrou na galeria da Câmara Municipal de Torres Vedras e, numa esquina, cruzou-se com uma senhora de 70 anos que se queixou de não ter médico de família, apelando a que o secretário-geral do PS resolva a situação na saúde.

"Vamos trabalhar para isso, mas sem desistir do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Temos de continuar a investir", frisou.

Já perto do final do trajeto, Pedro Nuno Santos entrou na Capela da Misericórdia, onde um padre lhe explicou as mais valias do local sagrado, e defendeu que o "dinheiro não chega para tudo" em termos de assistência social.

"Peço-vos encarecidamente que façam o possível por olhar pelas misericórdias e para que o dinheiro chegue aos devidos sítios onde nós trabalhamos e onde pomos a nossa complacência", disse, com Pedro Nuno Santo a defender que as misericórdias fazem um trabalho "muito importante".

À saída da capela, os jornalistas perguntaram-lhe se estas eleições são uma questão de fé, tendo respondido que são uma "questão de trabalho".

"O que é importante é nós mobilizarmos todo o povo português para votarmos no dia 10 de março e termos uma vitória, continuarmos a avançar, construir o futuro sem andar para trás", afirmou.

Ao longo da arruada, Pedro Nuno Santos disse ainda aos jornalistas que o que guarda do comício desta terça-feira em Lisboa, onde foi interrompido por três vezes durante a sua intervenção, foi a "força, entusiasmo e alegria imensa" que os seus apoiantes manifestaram.

Questionado se os indecisos vão definir a próxima maioria, o líder do PS disse que "vão também decidir, vão ter um papel muito importante na decisão".

"E é sobretudo importante que vão votar, não deixem para os outros a escolha. Participem, para não corrermos o risco de acordarmos com um Governo da AD", apelou.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações

Leia Também: Rui Rocha favorável à proposta europeia de compra conjunta de armamento

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