A socialista Alexandra Leitão considerou, durante a madrugada desta segunda-feira, que o Chega teve "de facto, um voto muito expressivo" que "altera esta legislatura que agora começará".
"O Chega tem, de facto, um voto muito expressivo, um resultado que eu não sei se terá o efeito de alterar a lógica bipartidária do sistema português porque não sei se é um resultado que ficou para durar", começou por referir, em comentário na CNN Portugal.
No entanto, segundo a socialista, "altera esta legislatura que agora começará". "Há um terceiro partido que emerge", acrescentou.
Alexandra Leitão mostrou-se ainda "muito preocupada" com o "facto de o partido que emerge como terceira força ser um partido com as características do Chega". "É um partido que não tem comparação no espectro politico português e que, com o seu milhão de votos, não pode mesmo ser ignorado. E, mais importante ainda, é preciso olhar para este milhão de pessoas", frisou.
"Eu não estou convencida que em Portugal haja 18 milhões de pessoas que são misóginas, xenófobas, racistas e de extrema-direita. E como não estou convencida disto, há aqui um trabalho que é preciso fazer, que é de perceber porque é que estas pessoas votaram 'tipo voto de protesto' num partido antissistema. Não acredito que comunguem daqueles valores", rematou.
Recorde-se que a coligação Aliança Democrática, que junta PSD, CDS e PPM, conquistou 28,63% dos votos, conquistando 76 deputados. Contudo, a estes juntam-se os três deputados do PSD eleitos pelo círculo da Madeira (0,86% dos votos), o que colocou a Direita na frente. Seguiu-se o PS, que conquistou 28,66% dos votos, o que se traduz em 77 deputados.
O Chega, liderado por André Ventura, foi o partido que mais cresceu em número de votos (18,06%), tendo conseguido 48 eleitos.
Por apurar estão os quatro lugares da emigração, que o PS ganhou em 2022, com três mandatos.
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