"Responsável" pela crise política? "Alvo correto é o Palácio de Belém"

O constitucionalista Vital Moreira comentou um artigo de opinião que imputa à Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, a responsabilidade pela atual situação política no país.

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Notícias ao Minuto
13/03/2024 10:37 ‧ 13/03/2024 por Notícias ao Minuto

Política

Legislativas

O constitucionalista Vital Moreira comentou, esta quarta-feira, um artigo de opinião da autoria do Diretor executivo da CNN Portugal, em que acusa o Ministério Público de "brincar aos polícias e ladrões e fazer tombar um primeiro-ministro ainda não sabemos porquê".

No blogue Causa Nossa, Vital Moreira diz que o que Pedro Santos Guerreiro diz "é verdade", mas "quem aproveitou para anunciar precipitadamente a decisão de dissolver a Assembleia da República (AR), rejeitando a continuação da legislatura, através da nomeação de outro chefe do Governo, como proposto pelo Partido Socialista, foi o Presidente da República, tendo ele todas as razões para antecipar os possíveis resultados das eleições forçadamente antecipadas".

O antigo deputado à AR argumenta que "nada impunha e tudo desaconselhava a dissolução parlamentar, a bem da estabilidade governativa e do direito dos partidos de governo a serem julgados pelo seu desempenho no final do mandato, e não antes do meio dele, como sucedeu".

Por isso, "se há que apontar um 'responsável", defende Vital Moreira, "o alvo correto é o Palácio de Belém, e não outro".

Rui Rio acha "injusto" culpar "apenas" a PGR

Quem também comentou o mesmo artigo de opinião foi o antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio. "Acho um pouco injusto agradecer apenas à PGR. Há mais alguém muito importante a quem também temos de agradecer (com um grande 'obrigadão') os lindos serviços político-judiciais que têm sido prestados ao País em geral e à democracia em particular. Parece-me óbvio, não acham?", escreveu Rio no X (antigo Twitter), em tom de ironia.

Recorde-se que o primeiro-ministro demissionário António Costa abdicou do cargo na sequência do seu envolvimento na Operação Influencer, que levou à realização de buscas em 42 locais, entre eles o seu gabinete.

Os resultados provisórios das eleições legislativas de domingo divulgados pelo Ministério da Administração Interna, quando faltam contar apenas os votos dos círculos da Europa e Fora da Europa (quatro mandatos no total), mostram que a Aliança Democrática conquistou 29,49% dos votos e 79 lugares no Parlamento - três dos quais foram eleitos pela coligação Madeira Primeiro, que não contém o PPM.

Logo a seguir está o PS, que obteve 28,66% dos votos, assegurando 77 mandatos.

Em terceiro lugar ficou o Chega, com 18,06% dos votos e 48 mandatos, praticamente quadruplicando o tamanho do grupo parlamentar que tinha formado em 2022. A quarta força política é a Iniciativa Liberal (IL), com 5,08% e oito mandatos, seguida pelo BE, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU viu o seu grupo parlamentar encolher para quatro deputados, com 3,30%, ao passo que o Livre deixou de ser um partido com um só representante, conquistando quatro mandatos com 3,26% dos votos.

O PAN manteve o lugar conquistado em 2022, com 1,93% dos votos.

Leia Também: Ventura acusa PS e PSD de "bullying político" à PGR

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