PCP e PEV comprometem-se com coligação nos próximos atos eleitorais
O PCP e o Partido Ecologista Os Verdes (PEV) comprometeram-se hoje a continuar coligados nos próximos atos eleitorais, considerando que corporizam a mudança necessária para o país, apesar de se assumirem insatisfeitos com o resultado da CDU nas legislativas.
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Política Eleições
Em declarações aos jornalistas na sede nacional do PEV, em Lisboa, após uma reunião com aquele partido, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, mostrou-se insatisfeito com o resultado obtido pela CDU, mas disse estar "confiante para continuar esta cooperação, a afirmação deste projeto alternativo".
"É o único projeto alternativo que dá resposta à grande exigência de mudança que se provou nas eleições", defendeu.
Paulo Raimundo sublinhou que os resultados das eleições mostram "uma justa exigência de mudança", mas ressalvou que essa mudança "nunca virá pelas mãos do PSD, CDS, Chega e IL", que propõem "a continuação de apoio aos grupos económicos, a continuação de todos os problemas" do país", da mesma "forma que não veio do PS".
"É preciso afirmar uma alternativa a estes dois caminhos e estamos convencidos que temos a alternativa e que estamos a construí-la, numa situação mais exigente, mas que estamos com confiança e determinação para a continuar", frisou.
Salientando que há "batalhas eleitorais" pela frente - "umas marcadas, outras eventuais para os próximos tempos" -, Paulo Raimundo salientou que, nesta reunião, PCP e PEV reafirmaram "o compromisso de solidificar" a CDU.
Por sua vez, a membro do Conselho Nacional do PEV Mariana Silva também disse aos jornalistas que o partido está "em continuidade para um futuro de convergência da CDU", salientando que é o projeto que apresenta as soluções e "a tal mudança de que os portugueses tanto precisam".
A ex-deputada também referiu que, para o PEV, os resultados eleitorais não corresponderam às suas expectativas, uma vez que não conseguiu eleger qualquer deputado para a Assembleia da República.
"Mas continuamos certo de que a voz ecologista, a voz dos Verdes faz falta no parlamento para um combate sério de adaptação às alterações climáticas, para a proteção e conservação da biodiversidade da natureza, para os problemas que enfrentamos de pobreza, de desigualdade, o bem-estar animal", referiu, acrescentando que essas temáticas vão perder influência com uma governação de direita.
Nestas declarações aos jornalistas, Paulo Raimundo foi questionado se o PCP já fez uma análise dos resultados eleitorais e identificou o que posas ter corrido mal, tendo o líder comunista respondido que o partido ainda está a fazer esse balanço.
"Não estamos a enfiar a cabeça na areia, não minimizamos nenhuns aspetos que eventualmente não terão corrido bem. Mas o que marcou não foi isso, o que marcou foi uma grande campanha de esclarecimento, de ganhar votos todos os dias", disse.
O secretário-geral do PCP salientou que o partido construiu o resultado eleitoral a partir da ideia de que ia desaparecer, acrescentando que, apesar de não estar satisfeito e de reconhecer que não fez "tudo bem de certeza absoluta", fez uma "grande campanha" e um "grande esclarecimento".
"É com esses 200 mil votos que temos, com os quatros deputados e com a força que temos - que se projeta muito para lá até da relação institucional - que vamos para o combate com confiança", frisou.
Nas eleições legislativas, a CDU, coligação que integra o PCP e o PEV, obteve quatro deputados - contra seis há dois anos -, um mínimo histórico. O PEV não conseguiu recuperar a representação parlamentar que tinha perdido em 2022.
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