Europa tem "boas razões para estar tranquila com a mudança de Governo"

O ainda primeiro-ministro diz que Europa não tem de estar preocupada com o número crescente de deputados do Chega no governo português.

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© Getty Images/Antonio Masiello

Andrea Pinto
20/03/2024 13:45 ‧ 20/03/2024 por Andrea Pinto

Política

António Costa

António Costa encontrou-se, em Bruxelas, com a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, naquele que terá sido um encontro de despedida, uma vez que esta será a última vez que o socialista marca presença na comissão enquanto primeiro-ministro do país.

“Cumpre-me o meu dever de agradecer e despedir-me”, começou por afirmar, no final do encontro, garantindo que se tratou de “uma despedida” uma vez que “para a semana ou a seguir à Pascoa, haverá seguramente a indigitação do novo primeiro-ministro” e portanto o “próximo Conselho Europeu” será já com outra pessoa no seu lugar.

Em relação ao futuro, e àquela que será a nova representação de Portugal na Europa, António Costa notou que “as pessoas estão curiosas com o que vai acontecer” mas garantiu que, em relação ao crescimento da extrema-direita em Portugal, não há motivos para alarme. Até porque, sublinhou, "os dois principais partidos, que têm sido a base de suporte de Portugal ao projeto europeu, continuam largamente maioritários".

“O Chega – ao contrário do que acontece noutros países – nunca fez uma candidatura contra a Europa, nem explorou qualquer atitude de eurocepticismo, o que é natural visto que a opinião pública portuguesa é das mais pró-europeias em toda a Europa”, afirmou, lembrando ainda que o partido de André Ventura "tem apoiado todo o apoio que a UE tem dado à Ucrânia" no conflito contra a Rússia.

“As instituição europeias têm boas razões para estar tranquilas com a mudança de governo", garantiu, desejando "um bom futuro para todos".

Questionado se a liderança da Comissão Europeia está nos seus objetivos futuros, Costa defendeu que "na ordem do dia estão as eleições europeias", pelo que instou os portugueses a irem votar no dia 9 de junho, para eleger os seus deputados ao Parlamento Europeu.

Por fim, ainda sobre os processos judiciais que levaram à sua demissão, que estiveram na origem das eleições legislativas antecipadas, o primeiro-ministro garante: "Respeito a justiça, sempre a respeitei".

"Fui advogado, fui ministro da Justiça, trabalhei muito para que este sistema fosse independente e funcionasse com as devidas garantias. É o que desejo para mim e para qualquer cidadão", disse, mostrando-se confiante de a justiça será feita.

António Costa está em Bruxelas para participar naquela que poderá ser a sua última cimeira europeia em Bruxelas após oito anos.

A reunião dos chefes de Governo e de Estado da União Europeia decorre na quinta-feira e sexta-feira em Bruxelas e será dedicada aos assuntos externos, como o conflito no Médio Oriente entre Israel e o grupo islamita Hamas e a guerra da Ucrânia causada pela invasão russa.

No cargo de primeiro-ministro desde novembro de 2015, António Costa tem sido o representante de Portugal no Conselho Europeu, sendo um dos mais experientes entre os seus homólogos.

[Notícia atualizada às 14h20]

Leia Também: Costa recebe estatueta do edifício do Conselho Europeu na última cimeira

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