"Acho que esta eleição [interna] foi muito importante, porque mobilizou as pessoas. As pessoas foram livres de optar sobre a orientação e o líder que queriam para o partido. Isso veio incutir no PSD/Madeira uma dinâmica nova e veio sobretudo legitimar a minha liderança", afirmou.
Miguel Albuquerque falava na sede do partido, no Funchal, após a contagem dos votos, sendo que a sua lista obteve 2.243 (54,3%), contra 1.856 (44,5%) da lista encabeçada por Manuel António Correia, num universo de 4.388 militantes em condições de votar.
"Não pode haver no partido reservas mentais, jogadas subterrâneas. Há que pôr tudo em pratos limpos e não há nada como a democracia interna para que isso aconteça", declarou.
Albuquerque disse, por outro lado, que agora "está tudo em aberto" face à decisão que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tomar sobre a dissolução ou não da Assembleia Legislativa da Madeira, o que só pode ocorrer a partir de 24 de março -- domingo --, seis meses após as eleições regionais de 24 de setembro de 2023.
"O PSD vai, como sempre, para todas as eleições para ganhar", assegurou.
Miguel Albuquerque demitiu-se do cargo de presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), em janeiro, na sequência da crise política decorrente do processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago, no qual foi constituído arguido.
O líder reeleito do PSD/Madeira disse que o partido também está em condições de completar a legislatura, num quadro de acordos parlamentares, considerando que a coligação PSD/CDS-PP ficou a um deputado da maioria absoluta nas últimas eleições.
"Depende do entendimento do Presidente da República, depois de auscultar as forças políticas da Madeira", afirmou, para depois reforçar: "Seja qual for o cenário, nós estamos preparados para encará-lo de forma assertiva, determinada e não há qualquer problema. Nós somos um partido de eleição, não temos medo do sufrágio do povo, nem muito menos do juízo do povo sobre a nossa ação."
Albuquerque lembrou que a sua demissão do cargo de presidente do Governo Regional deveu-se apenas ao facto de o PAN lhe ter retirado o apoio, no âmbito do acordo de incidência parlamentar com a coligação PSD/CDS-PP, pelo que está, agora, disponível para negociar com outros partidos, embora sem especificar quais.
"Não vou falar de acordos com forças políticas específicas. A minha obrigação, não desvirtuando nunca qualquer compromisso e a base ideológica do PSD, é encontrar, no quadro parlamentar sempre, a estabilidade", afirmou.
Na Assembleia Legislativa da Madeira estão representadas nove forças partidárias -- PSD, PS, JPP, Chega, CDS-PP, PCP, IL, BE e PAN.
"As maiorias absolutas hoje são quase uma miragem na Europa, mas a verdade é que temos conseguido encontrar os parceiros e o diálogo suficiente para formarmos essas maiorias", disse Miguel Albuquerque, para logo acrescentar: "Quando formos a eleições, se for caso disso, nós vamos continuar a ser o partido líder na Madeira. Nós não temos medo de ir a eleições e estamos preparados, como sempre estivemos, para o fazer."
Em relação às eleições internas, Miguel Albuquerque garantiu que não houve pressões sobre os apoiantes da lista adversária, mas considerou "bizarro" que militantes que estavam nomeados como diretores regionais, no seu executivo, tivessem optado pela candidatura de Manuel António Correia.
"Estar num partido não é apenas ser um bom político e ter esperteza, é preciso ter caráter", declarou, apelando à união dentro do partido.
"O apelo que faço hoje, e aproveito neste momento para cumprimentar o meu adversário, é que é necessário a partir de agora nos unirmos nos objetivos a prosseguir e esses objetivos são muito simples, é continuar a assegurar ao PSD a governação da Madeira e a confiança dos madeirenses e porto-santenses", disse.
Dos 4.388 militantes social-democratas em condições de votar, 4.132 (94%) exerceram o direito, havendo registo de 15 votos brancos e 18 nulos.
[Notícia atualizada às 23h50]
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