No XXIV Governo Constitucional, Rangel será segundo na hierarquia do executivo e só ele e o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, terão estatuto de ministros de Estado.
Paulo Artur dos Santos Castro de Campos Rangel tem 56 anos (nasceu a 18 de fevereiro de 1968 em Vila Nova de Gaia), e iniciou a atividade política em 2001, com a redação do programa de candidatura do ex-presidente do partido Rui Rio, então candidato à Câmara Municipal do Porto apoiado por PSD e CDS-PP.
Desde então, Paulo Rangel tem repartido a sua atividade profissional pela advocacia, a universidade e a política.
Na vida académica, sempre ligado ao Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, especializou-se nas áreas do Direito Constitucional, Direito Administrativo e Ciência Política, tendo passado pelo Instituto Universitário Europeu e pelas universidades de Bolonha, Génova e Friburgo, além de exercer a advocacia em várias firmas. Atualmente, leciona na Católica do Porto e na Porto Business School.
Entre 2004 e 2005, durante os cerca de seis meses do Governo PSD/CDS-PP chefiado por Pedro Santana Lopes, Rangel foi secretário de Estado Adjunto do ministro da Justiça, José Pedro Aguiar-Branco.
Na legislatura seguinte, iniciada em 2005 (ano em que se filia no PSD), estreou-se como deputado, eleito pelo Porto, e a sua ascensão no partido foi rápida.
Em 2008, a seguir à vitória de Manuela Ferreira Leite nas eleições diretas para a liderança do PSD, foi o escolhido para liderar o grupo parlamentar social-democrata.
Cerca de dez meses depois, Paulo Rangel voltou a ser o nome indicado pela então presidente do PSD para encabeçar a lista do PSD às eleições de 7 de junho de 2009 para o Parlamento Europeu.
O PSD saiu vitorioso dessas eleições e Rangel chegou à vice-presidência do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu e, em 2015, do próprio PPE.
Em 2010, Paulo Rangel disputou pela primeira vez a liderança do PSD e conseguiu 34,4% dos votos contra os 61% de Pedro Passos Coelho - que tinha perdido as anteriores diretas para Ferreira Leite -, numas eleições a que também concorreram José Pedro Aguiar Branco (3,42%) e Castanheira Barros (0,27%).
Passos Coelho manteve-o como cabeça de lista ao Parlamento Europeu em 2014, com a coligação PSD/CDS-PP a conseguir 27,7% dos votos contra 31,4% do PS (resultado que acabaria por ditar a saída do líder socialista António José Seguro, desafiado por António Costa em primárias).
Rui Rio volta a apostar em Paulo Rangel como 'número 1' a Bruxelas em 2017, mas o PSD, desta vez sozinho, regista o pior resultado de sempre nestes sufrágios, pouco abaixo dos 22%.
Em 2020, Rio contou com o apoio de Paulo Rangel na disputa interna contra Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz, e este encabeça a lista da direção ao Conselho Nacional no Congresso seguinte, mas alguns meses mais tarde recusou o convite para encabeçar uma candidatura à Câmara Municipal do Porto.
Em 2017, o eurodeputado ponderou disputar a presidência dos sociais-democratas, na sequência da saída de Passos Coelho, mas invocou "razões de ordem familiar" para não avançar, o que acabaria por só voltar a acontecer em 2022.
Numas eleições muito disputadas, Rangel consegue 48% dos votos contra os 52% de Rui Rio e não se envolve na disputa entre Montenegro e Moreira da Silva.
No congresso de entronização de Montenegro, em julho de 2022, a sua escolha para primeiro vice-presidente do PSD foi uma das grandes surpresas.
Nas últimas semanas, a dúvida era se entraria no Governo ou se poderia assumir um lugar de comissário europeu no próximo executivo comunitário.
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