"O PS não excluí qualquer possibilidade desde que as portas de diálogo e desde que o compromisso de abertura possa surgir e possa estar sobre a mesa", afirmou o líder parlamentar do PS/Açores, João Castro, em declarações aos jornalistas.
O presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, iniciou hoje uma ronda de audições aos partidos com assento parlamentar e parceiros sociais no âmbito do processo de auscultação sobre as antepropostas de Plano e Orçamento Regional para 2024, que foi chumbado em 23 de novembro de 2023, com os votos contra de IL, PS e BE e as abstenções do Chega e do PAN, motivando a queda do executivo regional e a convocação de eleições antecipadas.
João Castro sublinhou que o PS "é um partido dialogante" e "existe em defesa dos Açores e em defesa de um compromisso eleitoral, que foi sufragado recentemente".
Mas, acrescentou, "essa disponibilidade nunca poderá desresponsabilizar aquilo que é a responsabilidade primeira da coligação, do Presidente do Governo", em "abrir portas, abrir caminhos para que possam ser encontradas eventuais plataformas de entendimento, se assim entenderem que é possível".
"Se houver uma aproximação a esse compromisso, um sentido de convergência, obviamente o PS estará disponível para analisar", vincou o líder da bancada socialista no parlamento açoriano.
O deputado disse ainda que o partido "não tem" neste momento "um sentido de voto dmanifestar aberturaefinido", até porque "ainda não há documento conhecido".
João Castro sublinhou que o PS deixou ao presidente do Governo Regional "preocupações estruturais", além de "muitas outras que têm sido colocados nas últimas semanas".
Entre "as preocupações" que o partido considera determinantes e que deixou na audiência com o chefe do executivo açoriano está a problemática da demografia associada às questões da coesão e da redução das desigualdades sociais.
O PS/Açores assinalou ainda a questão da execução dos fundos comunitários, "enquanto ferramenta fundamental de financiamento e de prossecução de objetivos estruturantes para a região".
"Trouxemos o problema das acessibilidades e da mobilidade que se tem vindo a agravar nos últimos tempos", quer internamente, quer na perspetiva do turismo, adiantou ainda João Castro.
Outra questão colocada pelo PS/Açores tem a ver com a dívida da região e, sobretudo, "com o défice que tem vindo a aumentar de forma exponencial que já atinge um valor superior aos três mil milhões de euros", apontou ainda o deputado socialista.
Em 15 de março, o Programa do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) foi aprovado na Assembleia Legislativa Regional com votos a favor dos partidos que integram o executivo, as abstenções de Chega, PAN e IL, e contra de PS e BE.
O documento foi votado favoravelmente pelos deputados dos três partidos que formam o executivo (23 do PSD, dois do CDS e um do PPM), com a abstenção dos cinco eleitos do Chega, um do PAN e um do IL.
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