"Programa da AD não passou a ser bom porque ganhou as eleições"

Pedro Nuno Santos, líder do PS, comentou esta sexta-feira a nova composição do Governo, tecendo ainda algumas considerações sobre, por exemplo, o retorno ao antigo logótipo.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Teresa Banha
05/04/2024 11:44 ‧ 05/04/2024 por Teresa Banha

Política

Pedro Nuno Santos

O secretário-geral do partido Socialista, Pedro Nuno Santos, comentou, esta quinta-feira, a composição do atual Governo.

"Não quero comentar pessoas. O que verdadeiramente são as políticas. Temos visões diferentes do que é preciso fazer no país e é no campo das ideias em que nós vamos atuar, apresentado as nossas propostas e tentado mostrar que algumas respostas que a Direita quer dar ao país são respostas erradas", afirmou, em declarações aos jornalistas, em Portimão.

Em relação à nomeação dos novos secretários de Estado, conhecidos na quinta-feira, Pedro Nuno Santos rejeitou comentar as pessoas, apontando que o primeiro-ministro, Luís Montenegro "tem de liderar o seu Governo" e "apresentar propostas ao país". "É aí que vamos concentrar a nossa atenção: nas resposta aos problemas das pessoas", explicou, num dia em que os socialistas europeus se encontram no Algarve.

O socialista reforçou ainda que as pessoas têm a ambição de ter os problemas resolvidos, e que é "só" com as ideias, propostas e medidas que "têm de ser implementadas" no país que está "preocupado". "Ao Partido Socialista cabe discutir as soluções para os problemas do país, independente de quem são os membros do Governo que as assumem [as pastas]", indicou.

O programa da AD não passou a ser bom porque ganhou as eleições ou porque ficaram à frente do Partido Socialista

Confrontando com a inexistência de um ministério dedicado exclusivamente a Ensino Superior ou mesmo um secretário de Estado nesta área, Pedro Nuno Santos afirmou que socialistas e membros da Aliança Democrática (AD) têm "visões diferentes da política económica e social" e que isso se reflete "nas prioridades" no que diz respeito á configuração do Governo.

Pedro Nuno Santos distinguiu ainda as prioridades entre o PS e a AD, onde "há uma grande diferença". "Não achamos que seja prioritário, no atual contexto, reduzir impostos a grandes empresas. Não achamos que o caminho para resolver o problema da saúde em Portugal seja a sua privatização ou o recurso crescente aos privados. Há duas visões muito diferentes. O programa da AD não passou a ser bom porque ganhou as eleições ou porque ficaram à frente do Partido Socialista. Mesmo que tenha sido vitória tangencial, ganhou. As suas soluções não passaram a ser boas - e vamos continuar a combatê-las", garantiu.

Ainda em relação à mudança do logótipo do Governo, o secretário-geral socialista considerou que essa alteração "não devia ser prioridade", dado que não faz parte dos problemas com que os portugueses vivem diariamente. "Não é prioridade para nós e não vou focar atenção no logótipo. Era fazer o mesmo jogo que fez a AD, dando essa prioridade e atenção a uma questão que é menor",  atirou, reforçando que o respeito pelo hino e símbolos portugueses "nunca esteve em causa em nenhum momento" da governação do PS. "Levamos a sério a defesa do nosso país e levamos a sério a identidade nacional, mas não confundimos isso com um logótipo administrativo do Governo", considerou.

Questionado ainda sobre como votará o PS sobre a eventual Comissão Parlamentar de Inquérito em relação ao caso das gémeas luso-brasileiras, que o Chega já disse que vai pedir, Pedro Nuno Santos afirmou que este era "um assunto muito sério e que "tem de ser esclarecido". "Há investigações em curso e será um tema que o PS acompanhará. É muito importante a confiança do povo português nas instituições, serviços públicos e no Estado. E a confiança de que há equidade no acesso aos serviços públicos", explicou, referindo que no "tempo certo" o PS decidirá o que fará em relação a iniciativas relacionadas com o caso. O mesmo respondeu em relação a um eventual pedido para ter acesso ao relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.

[Notícia atualizada às 12h05]

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