"É perfeitamente possível que haja conversas entre Governo e oposição"
Santos Silva apoia troca de missivas entre líder do Governo e líder do Partido Socialista.
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Política Santos Silva
Augusto Santos Silva defendeu, esta terça-feira, a possibilidade de haver "conversas" entre o Governo e a oposição, quando não existem maiorias absolutas e é preciso haver entendimentos para que as leis sejam aprovadas no Parlamento .
O agora ex-presidente da Assembleia da República mostrou-se assim, conivente, com a troca de cartas entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, na segunda-feira.
"Por vontade soberana do povo português temos um Parlamento que não tem nenhum partido com maioria", começou por afirmar, à margem da edição de 2024 do Foro La Toja -- Vínculo Atlântico, em Lisboa, defendendo em seguida que "para aprovar leis é preciso que haja maiorias que se vão construindo".
Por esse motivo, considerou ser "perfeitamente possível haver [conversas entre] um partido de governo e um partido de oposição, sendo a oposição liderada por um partido democrático, moderado e europeísta como é o PS". Isto é necessário, defendeu, quando o "Governo não tem número de votos para fazer valer a sua posição sozinho".
Questionado sobre o facto de esta posição contradizer as posições de Pedro Nuno Santos sobre o próximo Orçamento do Estado, Santos Silva disse que considerou a atitude de Pedro Nuno Santos como uma tentativa de "resolver questões concretas e questões onde há convergência programática, como foi mostrado na campanha eleitoral".
Na véspera, em entrevista à TVI/CNN, Pedro Nuno Santos considerou que "seria um erro" adiar e deixar para o Orçamento do Estado para 2025 a solução para grupos profissionais da administração pública, apontando um "dose de arrogância" na resposta do primeiro-ministro à sua carta.
De acordo com o secretário-geral do PS, a valorização salarial de certos grupos profissionais da administração pública obteve um amplo consenso dos vários partidos na campanha eleitoral e "não há razão" para adiar estas respostas.
Um eventual orçamento retificativo "deve estar limitado a estas matérias" para que não se misture depois com o Orçamento do Estado para o próximo ano "que é muito mais do que isto", disse ainda Pedro Nuno Santos.
O líder do PS avisou que "não podem estar à espera que seja o PS a suportar" a mudança prometida pelo Governo da AD e que não pode ser assacada aos socialistas a responsabilidade de um executivo "estável e duradouro".
[Notícia atualizada às 14h17]
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