Europeias? Visita de Zelensky "contamina" 2.º dia de campanha eleitoral

A visita a Portugal do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, "contaminou" hoje o segundo dia de campanha eleitoral para as europeias, com a maior parte das candidaturas concorrentes a saudarem-na e algumas, poucas, a contestarem-na.

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Lusa
28/05/2024 18:31 ‧ 28/05/2024 por Lusa

Política

Europeias

O segundo dia de campanha abriu com as reações à visita de Zelensky e fecha com o único debate que junta todas as forças políticas com representação parlamentar, às 21:00, na RTP.

Quanto à visita de Zelensky e, sobretudo, o alargamento da União Europeia, a cabeça de lista do PS, Marta Temido, defendeu que devem ser feitos os ajustamentos necessários para a adesão da Ucrânia, destacando que outros países os fizeram aquando da entrada de Portugal, em 1986.

Marta Temido, que concentrou a campanha de manhã numa visita à Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, em Paço de Arcos, Oeiras, destacou a importância das "escolhas políticas" que vão ser feitas nas eleições europeias.

"É muito importante que a União Europeia continue a ter sobre o tema Ucrânia a disponibilidade para a resposta emergencial, que é aquela que temos tido, mas também o empenhamento, o compromisso com aquilo que é a resposta estratégica", que obrigará a uma distribuição diferente dos recursos disponíveis.

O "número um" da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim de Figueiredo, admitiu que Portugal "tem pouco para oferecer a nível militar" à Ucrânia, mas "tem muito para dar" em termos diplomáticos e políticos.

Cotrim de Figueiredo, que falava à entrada para um almoço de campanha em Lisboa, disse que a visita de Zelensky é uma "excelente ocasião" para os vários partidos políticos clarificarem a sua posição relativamente à Ucrânia.

Na véspera, no último ato do primeiro dia de campanha, o candidato da IL tinha acusado o Bloco de Esquerda de ser um "partido eurosonso" por apoiar a luta da Ucrânia, mas com condições.

Hoje, a cabeça de lista do BE, Catarina Martins, respondeu à crítica e acusou a Iniciativa Liberal de mentir sobre a posição bloquista quanto ao conflito na Ucrânia e de utilizar "estratagemas da extrema-direita" na campanha eleitoral.

Numa arruada em Olhão, Faro, o cabeça de lista do Chega, António Tânger Corrêa, defendeu que deve ser a Ucrânia e não a Rússia a definir "os contornos de um acordo de paz".

Nesta ação de campanha, falando aos jornalistas junto a um mercado de peixe, Tânger Corrêa defendeu também a necessidade de "alterar completamente o sistema de quotas" na pesca, "alterar o regime de capturas e um maior patrulhamento das águas" nacionais.

Em Sintra, o "número um" da CDU, João Oliveira, disse esperar que a visita de Zelensky permita ao Governo "clarificar e afirmar a sua disponibilidade" para uma solução diplomática que trave a guerra, questionando a dimensão armamentista do acordo de cooperação hoje assinado entre o Governo português e a Ucrânia.

O candidato, que falava aos jornalistas na estação ferroviária de Algueirão Mem-Martins, no concelho de Sintra, antes de apanhar um comboio para a Reboleira, na Amadora, considerou que o povo ucraniano precisa, assim como todos os povos a nível internacional, de uma "solução de paz para a Ucrânia e de uma solução de segurança coletiva para toda a Europa".

João Oliveira defendeu que Portugal deve voltar a produzir comboios e investir mais na ferrovia, criticando as regras orçamentais europeias que "servem para cumprir o défice, mas não para responder à população".

Do lado das críticas à visita de Zelensky, a "número um" do ADN, Joana Amaral Dias, criticou o apoio de Portugal à Ucrânia.

"Não é continuar a drenar recursos para a Ucrânia (...) a sangrar os cofres dos portugueses e os bolsos dos portugueses, que vão retirar dinheiro aos nossos hospitais, às nossas escolas, aos nossos pescadores e aos nossos agricultores, não é isso que vai trazer a paz", disse a candidata do ADN à imprensa no Cais dos Pescadores na Costa Nova do Prado, em Ílhavo, no distrito de Aveiro, após ter estado algumas horas a bordo de um barco de pesca na ria de Aveiro.

Joana Amaral Dias criticou ainda a forma com são distribuídos os fundos europeus em Portugal, propondo uma "reestruturação quase total".

Relativamente ao resultado nas europeias, Joana Amaral Dias disse que espera ser eleita e que está convencida de que se atualmente consegue incomodar tanta gente, sem partido e sem cargo, uma vez eleita, conseguirá "incomodar ainda muito mais e fazer a mudança por todos os trabalhadores portugueses".

Neste segundo dia de campanha, a antiga ministra do PSD Leonor Beleza considerou que Sebastião Bugalho, cabeça de lista da AD é "um bom candidato" e admitiu vir a juntar-se à campanha desta coligação, que junta PSD, CDS-PP e PPM.

No final de uma visita de Bugalho à Fundação Champalimaud, a presidente desta instituição fez questão de separar os papéis e dizer que receberá, nesta campanha, todos as candidaturas, já estando prevista a visita do Livre.

Antes, Sebastião Bugalho tinha dito que ter o apoio de alguém com o percurso de Leonor Beleza o deixa feliz e apontou a Fundação Champalimaud como "um exemplo do espírito da candidatura da AD".

O cabeça de lista do Volt, Duarte Costa, numa visita ao acampamento improvisado de candidatos a migrantes e asilo "alojados" em tendas no largo da igreja dos Anjos, em Lisboa, defendeu que o processamento de pedidos de asilo e imigração deve ter um prazo máximo de três meses e que os requerentes devem ser acompanhados e acolhidos durante esse período.

A "melhoria da política migratória" da Europa, acrescentou o candidato do Volt, passa também por combater o Pacto sobre Migrações e Asilo, aprovado pelo Conselho Europeu este mês e que Duarte Costa lembra ter merecido um voto contra do partido.

Cerca de 373 milhões de eleitores europeus são chamados a votar para o Parlamento Europeu entre 6 e 9 de junho. Em Portugal, a votação é no dia 9.

Serão escolhidos 720 eurodeputados, 21 dos quais portugueses.

Concorrem às eleições um total de 17 partidos e coligações: a AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP.

Leia Também: AO MINUTO: BE acusa IL de mentir; "Não meti os papéis para a reforma"

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