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CDU diz que faltou "forças nas pernas" ao BE para defender trabalhadores

O cabeça de lista da CDU às europeias considerou hoje que "faltou força nas pernas" ao BE na defesa dos trabalhadores em Estrasburgo, ao aprovar uma diretiva sobre salários mínimos que foi "logo aplaudida pelas confederações patronais".

CDU diz que faltou "forças nas pernas" ao BE para defender trabalhadores
Notícias ao Minuto

16:14 - 02/06/24 por Lusa

Política Eleições Europeias

Num discurso num almoço com membros de organizações representativas dos trabalhadores (ORT), na Baixa da Banheira, no distrito de Setúbal, João Oliveira defendeu que a CDU é a única força que concorre às eleições europeias que defende a valorização do trabalho e dos trabalhadores.

"Os trabalhadores e os seus direitos, na candidatura da CDU, não são verbo de encher nem flor na lapela para enfeitar em dia de festa. Os trabalhadores e os seus direitos são verdadeiramente um aspeto central das nossas preocupações", afirmou.

João Oliveira acusou PS, PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal de serem os "partidos do consenso neoliberal", e criticou os "mitos e falsidades" que utilizam para recusar o aumento dos salários, designadamente no que se refere à ideia de que é preciso haver um aumento da produtividade.

"Não tentem enganar quem não se deixa enganar por essas patranhas velhas com que tentam justificar a política de favorecimento dos grandes interesses económicos e financeiros contra os interesses de quem trabalha", disse.

O cabeça de lista defendeu que, na União Europeia (UE), se está tentar liquidar "os direitos laborais e sociais conquistados ao longo de séculos pelos povos da Europa", disfarçando essa liquidação através de mecanismos como o Pilar Europeu dos Direitos Sociais ou a diretiva dos salários mínimos.

Neste ponto, o candidato criticou o BE, sem nunca o nomear diretamente, aludindo ao facto de os seus dois eurodeputados terem votado favoravelmente essa diretiva relativa aos salários mínimos, em setembro de 2022.

"Sublinho: votos contra, dos deputados portugueses no Parlamento Europeu, apenas dos eleitos pela CDU porque, também na hora em que é mais apertada a curva, e em que é preciso ter a noção mais clara de onde é que fica a defesa dos direitos dos trabalhadores, onde é que vai a lengalenga do ataque a esses direitos, também há quem lhes falte a força nas pernas e se vá deixando ficar pelo caminho", acusou.

O candidato salientou que, na votação dessa diretiva, houve quem, "à direita e à esquerda, ficasse pelo caminho" e a aprovasse, ironizando que "é tão boa, tão boa para os trabalhadores portugueses, que as confederações patronais vieram logo aplaudi-la".

"Se ela fosse efetivamente boa para os trabalhadores, as confederações patronais não tinham tomado a posição que tomaram: aquela diretiva é um instrumento de nivelamento por baixo dos salários mínimos, que não serve aos trabalhadores da Europa nem de Portugal, onde o salário mínimo está muito aquém do que é preciso", disse.

Neste comício, a CDU anunciou que 2.031 membros de ORT manifestaram o seu apoio à coligação nestas europeias, o que João Oliveira elogiou, considerando que "é um motivo de orgulho" e a expressão da confiança que os trabalhadores têm na coligação.

Antes da intervenção de João Oliveira, o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, também tomou a palavra para apelar ao voto da CDU, para criticar o "rumo de desinvestimento e desmantelamento do tecido produtivo" nacional que considerou ser imposto UE e a sua "política de desvalorização dos trabalhadores".

"Este projeto da CDU é diferente dos outros, porque não podemos estar com um pé do lado do capital e com o outro do lado de quem trabalha. (...) É por isso que homens e mulheres, representantes dos trabalhadores, estamos aqui hoje a dar o apoio à CDU", disse.

Este comício contou, no início, com um pequeno concerto de Luísa Basto, cantora que interpretou a célebre música "Avante", e que disse a João Oliveira que foi votar antecipadamente.

"Dois pelo menos já lá estão, e espero que estejam lá muitos mais", disse, apelando ao voto na CDU porque "isto não pode continuar assim".

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