CDU quer UE com meta de pleno emprego em vez de défice e dívida

O cabeça de lista da CDU às europeias defendeu hoje um pacto na União Europeia (UE) que tenha como meta o pleno emprego em vez das regras atuais relativas ao défice e dívida pública.

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Lusa
04/06/2024 21:27 ‧ 04/06/2024 por Lusa

Política

João Oliveira

Num discurso num comício no Jardim Público de Évora, João Oliveira salientou que a CDU apresenta uma alternativa "que serve os interesses do povo e dos trabalhadores" e que passa "por muitas propostas concretas".

Entre essas propostas, o candidato destacou em particular a "ideia de substituir o Pacto de Estabilidade, que tem sido o Pacto da Instabilidade na vida do povo e do país" - e que prevê metas para a redução da dívida pública e do défice -, por um "Pacto pelo Progresso Social e pelo Emprego".

É "um compromisso que tem como objetivo o pleno emprego, para garantir que a política económica, para além de ter como preocupação o aproveitamento da capacidade produtiva de cada país, o desenvolvimento da atividade económica, as respostas às necessidades do povo, tenha também como objetivo a garantia do pleno emprego", disse.

João Oliveira salientou que, além da garantia desse pleno emprego, o pacto proposto pela CDU prevê também que haja "empregos com direitos, com salários justos, com condições de trabalho adequadas, com a redução dos horários de trabalho e a sua regulação, com o combate à precariedade, com a defesa da contratação coletiva".

Salientando que, nestas eleições, está também em causa uma "batalha pela democracia", o candidato defendeu que isso também passa por "propostas e medidas concretas", dando o exemplo da proposta da CDU para alargar a regra da unanimidade no Conselho da UE.

"O que é que isto significa? Significa exigirmos que, no plano das decisões que são tomadas na UE, os Estados estejam todos em plano de igualdade, porque o princípio da unanimidade significa que não podem ser tomadas decisões sem que os países estejam todos em posições de igualdade", disse.

Isso contrapõe-se, prosseguiu João Oliveira, "às decisões que são tomadas de acordo com as regras da maioria qualificada, que dizem que os países mais fortes têm mais capacidade de decisão e os países mais pequenos e mais fracos têm menos capacidade de decisão".

"Essa assimetria na capacidade de decisão de cada um dos países não favorece decisões democráticas, porque significa que os países mais fortes conseguem impor a vontade aos países mais fracos", sustentou.

João Oliveira voltou a acusar PS, PSD, Chega e Iniciativa Liberal (IL) de serem os "partidos do consenso neoliberal" e defendeu que estão a ser implementadas políticas a nível europeu que estão a deixar "trabalhadores para trás".

"É caso para dizer: a fava tem calhado sempre aos mesmos e o brinde também tem calhado sempre aos outros. Mas é procurando inverter essa situação a favor dos trabalhadores e dos povos que continuamos determinados na luta", frisou.

Apelando ao voto na coligação, João Oliveira reconheceu que "a CDU pode não ser a força do politicamente correto, porque põe o dedo na ferida, porque denuncia o que está mal, porque fala do que os outros querem calar".

"Mas somos certamente a força do politicamente certo: do que está certo para os trabalhadores, para o povo, para o desenvolvimento do país, para a paz, para a solidariedade e para os povos. É por isso que é preciso que a CDU não deixe de estar no Parlamento Europeu", disse.

Num comício em que foi anunciado o apoio de 517 professores e educadores de infância à CDU, João Oliveira disse ter a certeza de que as várias declarações de voto que tem recebido criam condições para a coligação "ter um grande resultado eleitoral".

"Mas isto é mais ou menos como o pão alentejano: a gente pode ter uma massa belíssima, mas, se não levarmos a massa ao forno, o pão não se faz por si. Portanto, é preciso que todos e cada um deem o seu contributo para pôr o pão no forno", afirmou, pedindo aos militantes que tenham "o descaramento" de desafiar todos a ir votar.

Leia Também: CDU critica Marcelo por não ter vetado plano para migrações

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