Aproveitando o Dia Mundial do Meio Ambiente, Sebastião Bugalho visitou a praia da Apúlia, no concelho de Esponsende, onde as casas estão cada vez mais perto do mar.
À entrada da praia, uma inscrição a tinta azul num muro alerta para o problema e aponta culpados: "o mar galgou a terra, aqui d'el Rei quem me acode, mas fiquem todos sabendo, que o erro foi da mão do homem".
O candidato da AD ouviu as preocupações do presidente da câmara, Benjamim Pereira, sobre a necessidade de demolir edifícios e de haver um "recuo da ocupação humana".
"Do ano passado para este, deveremos ter perdido entre cinco a dez metros da linha de praia", disse depois Sebastião Bugalho aos jornalistas, acrescentando que, ainda que este seja "um problema que aflige toda a costa portuguesa", nunca o tinha visto "com tanta brutalidade e tanta urgência" como na Apúlia.
Neste âmbito, garantiu que a delegação portuguesa da AD pretende responder a estas preocupações, de forma a "contribuir para que o mar faça parte das comunidades, estando ao lado do ambiente ao mesmo tempo".
"No caso das comunidades locais, a questão da erosão é muito sensível, porque muitas vezes afeta a economia local, afeta as atividades profissionais das pessoas, nomeadamente dos pescadores", avisou.
Benjamim Pereira contou que o sentimento perante a força do mar é de impotência, "porque não se pode fazer nada".
Ainda que as pessoas coloquem "escoramentos e sacos com areia", o autarca disse que "a força do mar é avassaladora e isto implica outro tipo de intervenção mais musculada".
Sebastião Bugalho defendeu que "é preciso fazer alguma pedagogia democrática" e os membros da sua lista, enquanto candidatos a representantes do povo português, têm essa responsabilidade.
O candidato às eleições europeias apontou medidas do programa da AD, como a defesa de um centro europeu para garantir o combate à poluição marítima.
"Este é um problema que tem de ser resolvido rapidamente. Nós falamos muitas vezes da urgência climática, mas também creio que devíamos começar a falar em Portugal da urgência da erosão costeira, e acho que estamos no sítio certo para falar disso e no dia certo", considerou.
Questionado pelos jornalistas sobre o apoio aos pescadores, Bugalho referiu que a AD quer garantir que "as atividades económicas têm de estar ao lado daquilo que é a sustentabilidade, mas ao mesmo tempo têm que ser regras que protegem as atividades económicas".
"Não fazia sentido que numa embarcação de dois pescadores houvesse obrigatoriedade de videovigilância", exemplificou, referindo-se ao regulamento sobre o controlo das pescas, que transitou do mandato anterior.
Questionado se o comentador Sebastião Bugalho aconselharia o primeiro-ministro a dialogar com a oposição, respondeu: "Como sabe, o comentador Sebastião Bugalho está reformado".
O candidato usou o mesmo argumento para recusar responder a temas da atualidade, como o "chumbo" da proposta de nova tabela de taxas dos escalões do IRS do PSD e CDS-PP com votos contra de PS, PCP, BE e Livre, com a abstenção do Chega.
Em contrapartida, na Comissão de Orçamento e Finanças foi a aprovada a proposta do PS sobre redução das taxas do IRS até ao 6.º escalão, mas, ao contrário do PSD e CDS, mantendo as taxas dos escalões seguintes.
"Eu não sou comentador, não sou porta-voz voz do governo, sou cabeça de lista de uma equipa que está a disputar uma eleição ao Parlamento Europeu", afirmou, dizendo que os portugueses não podem entender que estas eleições são "um mero pró-forma".
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