Estava agora a pensar que há 10 anos começamos exatamente aqui, nesta mesma praça, para lançar um partido que, na altura, precisou de cavar o seu espaço", recordou Rui Tavares.
Em 2014, o agora porta-voz do Livre lançava um partido "de esquerda, verde e europeísta". Nesse mesmo ano, foram a jogo pela primeira vez, também numas eleições europeias, mas sem eleger, à semelhança das últimas, em 2019.
Uma década depois, novamente na zona do Saldanha, de onde partiram para mais uma pedalada Livre, já veem a meta e sonham conquistar dois lugares no Parlamento Europeu.
"Estamos na reta final e muito otimistas com a possibilidade de eleger dois deputados", disse a outra porta-voz, Isabel Mendes Lopes, que se juntou hoje a Rui Tavares e ao cabeça de lista do partido, Francisco Paupério.
Depois de terem estados juntos no evento de abertura da campanha para as eleições europeias de 09 de junho, foi a primeira vez que os três estiveram juntos desde o arranque oficial e os dois porta-vozes reafirmaram a confiança no "número um".
"O Livre é um partido europeísta e a Europa sempre foi um dos nossos pilares. Temos sempre trazido a Europa para a discussão pública e numa campanha de eleições europeias, tem de estar no centro da discussão. É isso que o Francisco tem feito", elogiou Isabel Mendes Lopes.
Antes de subir à bicicleta, o candidato sublinhou precisamente o objetivo daquela ação de campanha, que já se tornou tradição, no contexto do trabalho que quer fazer em Bruxelas.
"É mais um meio que é preciso reforçar e que noutras cidades europeias já tem redes bastante extensas, mas Portugal continua a atrasar os seus projetos", lamentou, explicando que o percurso entre o Saldanha e o Terreiro do Paço, e os desafios que iriam enfrentar pelo caminho, em plena hora de ponta, serve também para "alertar para mais um problema da cidade, mais um problema da União Europeia" e em que o Livre quer fazer parte da solução.
Ao lado, Rui Tavares foi mais metafórico na explicação. "Diz-se muito da Europa e do projeto europeu que é como as bicicletas: quando paramos de pedalar, caem", começou por dizer, para esclarecer que andar de bicicleta é como a Europa que pretendem construir.
"Uma Europa mais verde, mais saudável, mais convivial, em que cada pessoa pedala ao seu ritmo, mas todos convergem para um sentido comum", descreveu.
Ao contrário de Isabel Mendes Lopes, Rui Tavares não quantifica o objetivo para dia 09 e prefere dizer que "quantos mais deputados melhor", um objetivo bom para o Livre e, sobretudo, para os portugueses.
Olhando para a noite eleitoral, arrisca, por outro lado, num cenário: o Livre será, em comparação com as legislativas de 10 de março, o partido com maior crescimento e a extrema-direita crescerá menos.
"Isso é o sinal de coisas boas para o futuro da política portuguesa", sublinhando que também no contexto europeu estas são eleições particularmente importantes e que os eleitores "vão finalmente vendo um caminho para derrotar a extrema-direita".
Finalmente montados nas bicicletas, lá seguiram Francisco Paupério, Rui Tavares e Isabel Mendes Lopes, a caminho do Terreiro do Paço e das eleições europeias de domingo, sempre com os apoiantes atrás.
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