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"PS está disponível para ceder, mas não pode abdicar mais do que outros"

O líder do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, atirou críticas ao Governo pela relação com a Oposição no Parlamento.

"PS está disponível para ceder, mas não pode abdicar mais do que outros"
Notícias ao Minuto

13:37 - 09/07/24 por José Miguel Pires

Política PS

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, admitiu que, tendo o partido "uma relação com o país e a política que é responsável e séria", isso "implica que não nos ponhamos de fora na procura e na disponibilidade para encontrar consensos que viabilizem a possibilidade se poder governar e ter estabilidade em Portugal".

"O PS está disponível para negociar e ceder, mas não pode abdicar mais do que outros daquilo que é o seu programa, a sua ideia de sociedade, as suas propostas", vaticinou o líder socialista no discurso de encerramento das jornadas parlamentares do PS, em Castelo Branco.

Nessas mesmas declarações, Pedro Nuno Santos lamentou que o Governo de coligação entre o Partido Social Democrata (PSD) e o CDS-PP "diz que quer dialogar e negociar, mas que não está disponível para fazer cedências em matérias que são compromissos assumidos com os portugueses".

"A questão que nos colocamos é: E nós? Se nós também não temos compromissos assumidos com os portugueses, espelhados no nosso programa eleitoral", retorquiu.

OE2025?

OE2025? "Quem tem que garantir condições para viabilização é o Governo"

O líder socialista, Pedro Nuno Santos, pediu hoje que se deixe de "pressionar sistematicamente" o PS sobre a viabilização do Orçamento do Estado e sugeriu que a pergunta seja feita ao primeiro-ministro, ao Chega e à IL.

Lusa | 18:02 - 08/07/2024

Pedro Nuno Santos recuou a 2017, altura em que o PS tinha "uma maioria que viabilizava aquele Governo". "Em nenhum momento ignoramos o PSD nem o Parlamento. Hoje, o PSD não tem aquilo que o Governo do PS tinha em 2017. Não tem uma maioria, para poder governar ignorando o Parlamento, abdicando de ouvir e de ter de ceder perante aquilo que o Parlamento entende", acrescentou.

Num longo discurso, acusando o Governo de "continuar a ignorar" o Parlamento e de não ter "visão estratégica" sobre a Economia do país, o secretário-geral do PS disse que o partido não está a "fazer nenhum jogo", e "o IRS é disso paradigmático". "Não temos nenhum problema, antes pelo contrário, com redução de impostos", assegurou.

De seguida, Pedro Nuno Santos recorreu ao exemplo do desafio que os socialistas deixaram ao Governo, de refletir já em 2024 a redução do IRS proposta pelo PS e aprovada em junho, e que o Executivo acusou de ser "flagrantemente diferente" da lei-travão.

Refletir já redução do IRS?

Refletir já redução do IRS? "Flagrantemente diferente" da lei-travão

António Leitão Amaro argumentou que há uma "confirmação" de que "o Parlamento aprovou uma redução de impostos com efeito de redução de receitas no ano económico em curso".

Notícias ao Minuto | 14:35 - 30/06/2024

"No limite, a nossa proposta não é implementada em 2024. Aquilo que o Parlamento aprovou é legítimo, legal, constitucional e a obrigação do Parlamento. A única coisa com que confrontamos o Governo é com as suas próprias declarações e com a vontade reafirmada de querer que a redução de impostos tivesse consequências já em 2024", respondeu.

Para Pedro Nuno Santos, a "decisão" é do Governo, mas "a não execução em 2024 resulta de um Governo que quer continuar a ignorar o Parlamento e a sua própria condição". "Não estamos a bloquear ninguém, nada, estamos a fazer o nosso trabalho, e quem não tem uma democracia absoluta, tem de procurar essa maioria no Parlamento", continuou.

Cavaco Silva deve ser "um dos desiludidos" com o 'pacotão' do Governo

O antigo primeiro-ministro social-democrata Aníbal Cavaco Silva "deve ser um dos desiludidos com o chamado 'pacotão' que foi apresentado ao país", ironizou Pedro Nuno Santos, referindo que o antigo líder do PSD escreveu, recentemente, um artigo a "defender a necessidade de haver uma estratégia de política industrial". Falava o líder socialista sobre o pacote de 60 medidas apresentadas, recentemente, pelo Executivo, para o setor da Economia.

Se a proximidade nestas matérias fundamentais, estruturantes são a IL e o Chega, é na IL e no Chega que têm de procurar a viabilização e a sustentação do Governo

Ao fim de quase uma hora de discurso, Pedro Nuno Santos acusou o Governo de ainda não ter feito "ainda nada". "Tomaram decisões, anunciaram e alguns dos anúncios são preocupantes, são maus para o país, em 2024, em 2025 e em 2026", prosseguiu, descrevendo-as como "respostas erradas".

Depois, afirmou que "quem está ao lado da política fiscal do Governo e mais próximo" não é o PS, mas sim a Iniciativa Liberal (IL) e o Chega.

"Se a proximidade nestas matérias fundamentais, estruturantes são a IL e o Chega, é na IL e no Chega que têm de procurar a viabilização e a sustentação do Governo", atirou, afirmando que se está a tentar "aprisionar" o PS " a uma estratégia para o país" que considera ser "profundamente errada e injusta".

Para Pedro Nuno Santos, "em matéria económica, de estado social, de serviços públicos, a proximidade, hoje, do PSD, é com a sua Direita, não é com o Centro-esquerda, não é com o PS, já foi, não é mais".

Recorde-se que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, desafiou o PS a ter "a coragem de deitar abaixo o Governo".

"Querem ver vertidas algumas -- algumas, com certeza -- das suas propostas [no Orçamento do Estado para 2025], sim, têm parceria. Se por um acaso tudo isto não passar de um jogo, então tenham a coragem de deitar abaixo o Governo, porque nós cá estaremos para poder dizer aos portugueses o que é que está em causa", afirmou, uma intervenção perante o Conselho Nacional do PSD, na segunda-feira.

PS?

PS? "Se não passar de um jogo, tenham coragem de deitar abaixo Governo"

O presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou hoje que, se o PS estiver a fazer jogo sobre a negociação do Orçamento, então tenha a coragem de deitar abaixo o Governo.

Lusa | 22:42 - 08/07/2024

"Isto não é uma ameaça, nem é um desejo", disse Montenegro, garantindo estar "bem consciente do prejuízo para o país que uma nova crise política podia trazer". O líder social-democrata recusou-se, porém, a colocar em causa "o essencial das políticas" do seu programa eleitoral e de Governo.

[Notícia atualizada às 14h04]

Leia Também: Pedro Nuno a Montenegro: "Deputados do PS também têm um compromisso"

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