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"Últimos cinco anos foram difíceis e os próximos não vão ser mais fáceis"

A última semana ficou marcada pelo anúncio do Governo de que Maria Luís Albuquerque tinha sido proposta para Bruxelas, como comissária europeia. A Direita elogiou a escolha e à Esquerda houve críticas, recordando o tempo que Maria Luísa Albuquerque foi ministra do Estado e das Finanças - durante a 'troika'.

"Últimos cinco anos foram difíceis e os próximos não vão ser mais fáceis"
Notícias ao Minuto

21:43 - 31/08/24 por Notícias ao Minuto

Política PSD

A futura comissária europeia Maria Luís Albuquerque esteve, este sábado, na Universidade de Verão do Partido Social Democrata (PSD), fechando assim o último jantar-conferência, como convidada 'surpresa'.

 

No início do discurso, ex-ministra das Finanças, que está a um passo de Bruxelas, começou por referir que "os próximos cinco anos não vão ser fáceis", olhando mesmo para o passado e apontando que se os "últimos cinco anos foram muito difíceis, os próximos não vão ser mais fáceis". 

A oradora falou da união e força que o bloco europeu tem, sublinhando: "A União Europeia precisa de ter em conta, sobretudo, que a magnitude dos desafios com que estamos confrontados significa que nenhum país da UE por si só tem a capacidade de os enfrentar isoladamente. A UE precisa de pensar certas políticas com uma visão de Europa no mundo e não de diferentes países dentro da Europa".

"Se contarmos os 27 Estado-membros temos mais medalhas olímpicas do que os EUA e China. Temos 309. A Europa é também um potentado no desporto, como em muitas áreas. É a diferença entre olhar país a país ou olhar para a Europa no seu todo", exemplificou.

"Precisamos de alavancar os recursos privados, os públicos serão sempre insuficientes"

Perante os jovens, a ex-ministra falou dos desafios do bloco europeu, nomeadamente, em relação ao envelhecimento da população ou às migrações. Albuquerque falou ainda da capacidade de financiamento, sublinhando que houve um reforço e que permite privilegiar setores de atividade mais estratégicos. "Esse caminho tem vindo a ser mais relevante nos últimos anos. Mas não chega. Nem remotamente. Precisamos de alavancar os recursos privados que existem na Europa porque os recursos públicos serão sempre insuficientes para o muito que é necessário fazer", afirmou, defendendo a ideia de que é preciso criar um "verdadeiro mercado de capitais europeu".

"Outro dos grandes desafios que enfrentamos que a ver com a dificuldade crescente em fazer reformas", atirou, defendendo que a alteração do panorama político a que se tem vindo a assistir na Europa leva à fragmentação e presença de força políticas extremistas e menos disponíveis para o compromisso. "As soluções simplistas e populistas que apresentam não resolvem problemas. Apenas alimentam - e alimenta-se - de expetativas frustradas, ressentimentos e criam fraturas sociais e políticas profundas", sublinhou.

A antiga governante afirmou ainda que as políticas europeias existem para resolver problemas dos cidadãos e empresas, criar condições favoráveis a quem se esforça e para apoiar quem precisa.

E num novo regresso ao passado, Albuquerque falou de um "pilar fundamental da construção europeia", a União Económica e Monetária. "Sabemos bem como o euro enfrentou ameaças existenciais no passado recente, com a crise financeira global iniciada em 2007, a que se seguiu a crise das dívidas soberanas. A verdade é que conseguimos. Ultrapassámos a crise, continuamos a ter o euro, temos hoje mais países a integrar a Zona Euro e os desafios continuam difíceis, mas continua a ser este o nosso caminho comum", referiu.

"Não estou a dizer a dizer que temos de ter os mesmos impostos. Estou a dizer que é fundamental fazer coisas tão simples como garantir, na prática, que se evita a dupla tributação nos investimentos", exemplificou, dando conta de que havia situações garantidas em tratados, mas quem nem sempre chegavam a todos. "Temos de enfrentar barreiras práticas do dia a dia aos investimentos dos pequenos aforradores fora do seu país de origem", acrescentou.

Mas olhando para o futuro, e falando de um "euro, uma moeda forte, que seja capaz de ser reconhecido no contexto global como alternativa de importância pelo menos equivalente à do dólar americano", Maria Luís garantiu que era preciso "suportar o euro numa economia europeia competitiva, mas também de avançar decisivamente naquilo que falta construir".

Maria Luís Albuquerque, 56 anos, foi ministra de Estado e das Finanças durante o período em que Portugal estava sob assistência financeira da 'troika', sucedendo a Vítor Gaspar em julho de 2013 e mantendo-se até final do executivo liderado por Pedro Passos Coelho.

No PSD, foi vice-presidente durante a liderança de Passos Coelho e cabeça de lista dos candidatos a deputados pelo PSD em Setúbal em 2011 e 2015.

Atualmente é membro do Conselho Nacional do PSD -- segundo nome da lista da direção de Luís Montenegro, logo a seguir a Carlos Moedas -, e membro do Conselho de Supervisão da subsidiária europeia da empresa norte-americana Morgan Stanley.

[Notícia atualizada às 22h03]

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