O primeiro-ministro, Luís Montenegro, salientou, este domingo, que muitas das ideias e das decisões que o seu Executivo tem adotado, "nomeadamente na área das políticas para a juventude, nasceram de discussões travadas na área de discussão da Juventude Social-Democrata (JSD)", ao mesmo tempo que alertou que os sociais-democratas não estão no Governo "para a política da conversa, e sim para a política das ações concretas".
"Aquilo que aqui se faz tem consequências; não cai em saco roto. Muitas das ideias e das decisões que o Governo tem tomado, nomeadamente na área das políticas para a juventude, nasceram de discussões travadas na área de discussão da JSD", disse, durante o seu discurso de encerramento da Universidade de Verão do Partido Social Democrata (PSD), que decorre em Castelo de Vide.
O responsável ressalvou que, apesar de os sociais-democratas só estarem no poder "há pouco mais de quatro meses", já são várias as "decisões que podemos hoje referenciar e que nasceram das discussões que aqui foram travadas".
Montenegro não deixou de lançar farpas à oposição, tendo apontado que estas "medidas só estão a ser tomadas agora porque não foram tomadas antes".
"É preciso perguntar aos outros partidos se querem arriscar na juventude portuguesa", complementou.
O primeiro-ministro indicou ainda sei que, ao contrário de "muitos políticos, muitos partidos e muitas outras personagens", o PSD está no Governo "para a política das ações concretas".
"Sei que hoje, em Portugal, muitos políticos, muitos partidos e muitas outras personagens ocupam o espaço mediático com a política da conversa, mas nós não estamos no Governo para a política da conversa, e sim para a política das ações concretas, que influenciam a vida das pessoas, que permitem que tenham mais qualidade de vida", disse.
"Quem fala em eleitoralismo é alguém que está a contar ter eleições mais cedo, mas não somos nós"
Montenegro questionou ainda as críticas da oposição face ao anúncio de um passe ferroviário nacional a 20 euros e de um novo suplemento para os pensionistas, tendo considerado "que só mesmo alguém que está muito distraído ou desfocado pode ignorar".
"Qual foi a reação das nossas oposições? Bom, houve de tudo. Houve quem se enrolasse, houve quem se engasgasse, mas houve sobretudo uma grande desorientação. A primeira grande acusação que nos fizeram foi de que estas medidas eram eleitoralistas. Eleitoralismo porquê? Não há eleições. As eleições são só daqui a quatro anos, em setembro ou outubro de 2028. Quem fala em eleitoralismo é alguém que está a contar ter eleições mais cedo, mas não somos nós", atirou.
Depois de recordar ter dito que só governaria se vencesse as eleições, por forma a ter "uma legitimação da vontade popular suficientemente forte para qualquer que fosse o desenho parlamentar poder produzir o trabalho que corresponde ao escrutínio e à vontade política do povo", o primeiro-ministro considerou, além disso, que a "não rejeição do programa do Governo era uma segunda legitimação" para que o Executivo pudesse fazer o que prometeu na campanha eleitoral.
"Não pode haver uma relação mais transparente, mais verdadeira na sua essência do que esta", disse.
E complementou: "A desorientação é tal que os mesmo que, de manhã, foram capazes de nos e de me acusarem de estar a ser eleitoralista, à tarde disseram que fui escolher e buscar para representar Portugal na Comissão Europeia um hipotético rosto da austeridade. Se fosse eleitoralista, ia buscar o rosto da Troika, naquilo que eles designam a sua conceção? [...] Se há coisa que os portugueses sabem é que os socialistas são os 'troikistas'."
Depois de encerrar a Universidade de Verão do PSD, Montenegro terá ainda um encontro com militantes em Castelo Branco, no âmbito da recandidatura à liderança do partido, mas que será fechado à comunicação social, devido ao acidente de helicóptero que vitimou militares da Guarda Nacional Republicana (GNR), na sexta-feira. A visita à Feira de São Mateus, em Viseu, foi também cancelada.
[Notícia atualizada às 12h15]
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