"Nunca iremos permitir um OE" com "medidas lesivas para os portugueses"

Pedro Nuno Santos teceu várias críticas ao Governo, salientando que o OE2025 espelha o programa eleitoral do PSD e, assim, "é praticamente impossível" a sua viabilização. Contudo, voltou a deixar claro que está "disponível" para negociar.

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Daniela Carrilho com Lusa
14/09/2024 12:31 ‧ 14/09/2024 por Daniela Carrilho com Lusa

Política

Pedro Nuno Santos

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, comentou o tema 'quente' da política nacional - a aprovação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) - referindo que o PS nunca irá "permitir que seja aprovado um Orçamento que tenha medidas que sejam lesivas para os portugueses".

 

"O Governo tem feito propaganda e tem enganado  os portugueses em várias áreas com uma única coisa em mente: ter eleições antecipadas e prepararem-se para elas. Mas não vale tudo na política", começou por dizer Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas, à margem da Comissão Nacional do PS, em Coimbra.

O líder socialista garantiu que o PS como oposição "tem sido o partido mais pressionado para assegurar a sustentabilidade do Governo", assumindo que têm "uma política muito diferente e distante" do que querem para o país.

Como partido de oposição, o líder do PS defendeu ter a obrigação "de ir denunciando a forma como este Governo governa".

"Para além da distância política e ideológica, é a forma como o Governo do PSD tem lidado com os portugueses, com o Governo anterior, com o Parlamento, mas sobretudo lidado com os portugueses: falta de transparência e a venda de ilusões permanentes, tentando criar e construir uma realidade que não corresponde à realidade que nós todos vivemos", condenou.

"É praticamente impossível nós viabilizarmos um OE que espelhe exclusivamente, ou quase na totalidade, o programa eleitoral com o qual nós discordamos e combatemos durante a campanha. Estamos disponíveis para dar uma oportunidade a quem quer continuar a governar Portugal para garantir condições para a viabilização do Orçamento e evitar eleições antecipadas", garantiu o líder socialista, salientando que "o compromisso do PS é com os portugueses e não com o PSD".

"É muito importante nós evitarmos eleições. É ainda mais importante nós garantirmos que não são adotadas medidas que são penalizadoras de forma permanente para os portugueses. Isso nós não permitiremos", afirmou.

"Nunca iremos permitir que seja aprovado um Orçamento que tenha medidas que sejam lesivas para os portugueses, para os serviços públicos e coesão social. Isso seria a negação do PS e do compromisso que temos para com os portugueses", enfatizou Pedro Nuno.

O responsável socialista disse ainda que "o Partido Socialista não quer ser responsável por 50% do orçamento", uma vez que "não vamos negociar metade do orçamento" porque "não é essa a nossa ambição".

"Nós queremos garantir que algumas medidas erradas não sejam adotadas e que possam ser introduzidas, algumas, poucas, que possam melhorar o orçamento de Estado", explicou Pedro Nuno.

Considerando que este "nunca será um Orçamento de Estado do PS", Pedro Nuno Santos afastou a possibilidade dos socialistas se comprometerem com um documento do qual discordem "na sua globalidade".

"Nós não nos colocamos é de fora. Agora, não a qualquer preço. Isso seria um desrespeito, não era para connosco, era um desrespeito para com o país, para com a democracia, para com o compromisso que nós assumimos perante os portugueses", enfatizou.

Durante o seu discurso, Pedro Nuno Santos acusou ainda o Governo de "não ter sido sério" em temas como o preço dos combustíveis, as listas de espera de oncologia ou os números dos alunos sem professores.

De recordar que a Comissão Nacional do PS está hoje reunida em Coimbra numa altura em que as negociações e condições do OE2025 têm marcado a agenda política e as declarações de socialistas e Governo.

Da agenda desta Comissão Nacional do PS faz parte a análise da situação política bem como a apreciação e votação do Relatório e Contas de 2023.

[Notícia atualizada às 13h22]

Leia Também: OE? Se Governo quer negociar só com PS deve ceder em matérias essenciais

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