A deputada única do PAN, Inês Sousa Real, falou aos jornalistas no final da cerimónia do 05 de Outubro, que decorreu em Lisboa, e na qual discursaram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.
"Olhamos para estas intervenções como mais do mesmo, todos os anos ouvimos o mesmo género de intervenção aqui neste tipo de cerimónias, sendo que evocar a implantação da República tem que ter mais do que uma cerimónia evocativa, tem que se traduzir numa mudança efetiva para o país que queremos construir e para o futuro que queremos deixar para as próximas gerações", criticou.
Para a líder do PAN, este foi "um discurso muito virado para o passado, muito pouco focado naquilo que são os desafios do presente para os portugueses, mas também de Portugal a nível global".
"Não podemos continuar a alimentar esta cultura do medo, do nós e eles, não podemos continuar a olhar para as questões e os desafios da segurança apenas numa perspetiva da imigração, esquecendo-nos no papel que a integração também tem nestas políticas, a própria habitação e as soluções", avisou.
Outro aspeto criticado por Inês Sousa Real foi o facto de ter ficado de fora "o flagelo da violência doméstica".
"Ano após ano, parece que é vira o disco e toca o mesmo. Não temos, de facto, aqui uma visão do futuro das reformas", lamentou.
O PAN quer também respostas para desafios como o das alterações climáticas e como é que as cidades como Lisboa se vão adaptar.
"Não houve uma palavra dedicada a estes mesmos desafios e aquilo que verificamos é que estas políticas continuam fechadas num núcleo político mais conservador e mais virado para as políticas do passado, ao invés de olharmos efetivamente para aquilo que são as preocupações dos portugueses", condenou.
Numa altura em que se discute o Orçamento do Estado, Inês Sousa Real defendeu que aquilo que os portugueses querem saber é como é que se vai "garantir a melhoria da sua qualidade de vida", seja do ponto de vista financeiro, seja na acessibilidade aos transportes públicos, na qualidade de vida e até "mesmo ao nível da proteção animal, que é uma matéria sempre deixada para trás".
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