A líder parlamentar da bancada do PS realçou, na rede social X, que "a liberdade de imprensa precisa de jornalistas inquietos, livres e respeitados", ao contrário do que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, "defendeu sem pudor", na terça-feira, durante a conferência 'O futuro dos media', organizada por vários elementos da Plataforma de Meios Privados.
Para Alexandra Leitão, o chefe do Executivo tem uma visão que "não só põe em causa muitos postos de trabalho, como também ataca o pluralismo na comunicação social".
"Uma RTP pequenina, com um orçamento e uma estrutura diminuídas. É esta a visão do Governo para o serviço público de rádio e televisão. Uma visão que não só põe em causa muitos postos de trabalho, como também ataca o pluralismo na comunicação social. E mais: serve como uma luva a ideia de jornalistas 'tranquilos' e 'não ofegantes' - como quem diz domados - que o primeiro-ministro, defendeu sem pudor. Muito pelo contrário, a liberdade de imprensa precisa de jornalistas inquietos, livres e respeitados", escreveu nas redes sociais.
Uma RTP pequenina, com um orçamento e uma estrutura diminuídas. É esta a visão do Governo para o serviço público de rádio e televisão. Uma visão que não só põe em causa muitos postos de trabalho, como também ataca o pluralismo na comunicação social. E mais: serve como uma luva a…
— Alexandra Leitão (@Alexandrarfl) October 8, 2024
Recorde-se que as palavras de Luís Montenegro sobre os jornalistas, estão a gerar muita polémica. Vários partidos políticos já repudiaram as declarações do primeiro-ministro, feitas ontem, assim como o Conselho Deontológico e o Sindicato dos jornalistas, que as considerou "infelizes".
Luís Montenegro não só defendeu que é preciso "uma comunicação social mais tranquila" e que os jornalistas têm de deixar de viver "sob o estigma da precariedade", como sugeriu que muitas das perguntas que os jornalistas fazem são "sopradas" ou previamente "feitas" e que o jornalismo é, hoje em dia, uma atividade praticada de forma "ofegante".
O primeiro-ministro disse ainda ficar "impressionado" por ver que a maior parte dos jornalistas tem um "auricular" no ouvido (usado, normalmente, para ouvir a emissão ou comunicar com a régie) e leem perguntas que estão escritas no telemóvel, enviadas previamente por "SMS".
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