"Estou perfeitamente tranquilo quanto ao trabalho na especialidade e estou absolutamente convencido de que a responsabilidade que o Partido Socialista ontem demonstrou vai ficar também patente na discussão na especialidade", considerou Hugo Soares, em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República.
O líder parlamentar social-democrata reagia à decisão anunciada na quinta-feira pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de propor à Comissão Política Nacional que o partido se abstenha na votação do orçamento, quer na generalidade, quer na votação final global.
Hugo Soares voltou a saudar a "posição responsável" do PS, afirmando que o país fica a ganhar "porque o Orçamento do Estado para 2025, tal qual foi entregue na Assembleia da República, é um excelente Orçamento do Estado".
"É o primeiro Orçamento do Estado em democracia que não aumenta nenhum imposto, repito, que não aumenta nenhum imposto e que prevê excedente orçamental. É um Orçamento do Estado que baixa generalizadamente vários impostos, sobre as empresas, sobre as pessoas, as famílias, sobre quem trabalha e sobretudo sobre os mais jovens, quer do ponto de vista do seu rendimento, quer do ponto de vista da aquisição da primeira habitação, que os isenta do pagamento de imposto de selo e de IMT", elencou.
Hugo Soares afirmou ainda que o documento entregue na Assembleia da República pelo Governo -- e que será votado na generalidade no dia 31 de outubro antes de seguir para a fase do trabalho na especialidade -- "aumenta pensões, valoriza carreiras, olha para os mais carenciados".
"E, portanto, creio que não havia de facto, como eu tive ocasião de dizer várias vezes, nenhuma razão para que o Orçamento do Estado para 2025 não viesse a ser viabilizado", considerou.
Interrogado sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2026, Hugo Soares rejeitou antecipar cenários: "Temos tempo e serenidade, vamos governar para melhorar a vida das pessoas que é isso que compete ao Governo e ao parlamento".
Já sobre o 42.º congresso do PSD, que se reúne este fim de semana em Braga, Hugo Soares afirmou que será um momento de "avaliação do mandato anterior, de prestação de contas", considerando que "do ponto de vista interno o partido deu um grande impulso".
O líder parlamentar social-democrata lembrou que, no que toca a vitórias eleitorais nos últimos dois anos, o PSD venceu duas vezes eleições para a região autónoma da Madeira, ganhou "como não acontecia há muitos anos" as eleições na região autónoma dos Açores e voltou a governar o país ao vencer as legislativas.
Hugo Soares referiu que o partido perdeu as eleições europeias, vencidas pelo PS, mas reforçou o número de mandatos, e teve "um resultado muito próximo" dos socialistas.
"Creio que do ponto de vista do balanço é um balanço altamente positivo, mas é também um congresso de preparação de um novo ciclo", antecipou, afirmando que o partido quer reforçar a sua implantação do poder local e recuperar a presidência da Associação Nacional de Municípios e da ANAF.
"Para isso, queremos que neste congresso saia um partido muito motivado, galvanizado, diria, para podermos também ter mais uma vitória eleitoral, esta agora nas eleições autárquicas", disse.
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