No rescaldo de 2024, a política nacional ficou marcada por diversas eleições - houve legislativas, os madeirenses e açorianos também foram chamados às urnas antecipadamente para contornar crises regionais e em junho decorreram as eleições europeias.
O ano iniciou-se ao 'sabor' das legislativas antecipadas. Depois de convenções e de uma intensa campanha eleitoral, marcada por alguns incidentes, como a tinta verde que atingiu Luís Montenegro ou o vaso que 'voou' de uma varanda numa passagem de Pedro Nuno Santos por Guimarães, os portugueses escolheram e a Aliança Democrática (AD) venceu as eleições de 10 de março, embora com uma curta margem.
O Partido Socialista (PS), recorde-se, foi o principal derrotado nestas eleições, em que o Chega quadriplicou a sua bancada parlamentar. Depois disso, muito se falou da possibilidade de o Partido Social Democrata (PSD) procurar um acordo com o partido liderado por André Ventura, mas Luís Montenegro fez jus à sua popular expressão 'não é não' e recusou aliar-se ao partido de extrema-direita.
Embora minoritário, o XXIV Governo Constitucional tomou posse e, entre as promessas do novo primeiro-ministro, Luís Montenegro, chegaram também os avisos de Marcelo, não só destinados ao líder do Executivo, mas também à oposição, pedindo que não se criassem "problemas".
Pouco depois, chegavam as europeias. Marta Temido estava pronta para representar o PS na Europa e a AD surpreendia com Sebastião Bugalho. Mas as novidades chegavam também dos partidos sem representação parlamentar, nomeadamente com Joana Amaral Dias a ser anunciada como cabeça de lista do partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) - embora sem conseguir a eleição. Contas feitas, invertiam-se os papéis e, desta vez, o PS vencia por uma margem curta sobre a AD.
E enquanto o nome de António Costa já tinha o apoio do Governo para assumir a presidência do Conselho Europeu - o que acabou por se concretizar -, na Assembleia da República iniciava-se a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao caso das gémeas luso-brasileiras - num caso polémico que envolve o nome do Presidente da República e o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa.
Depois das férias de verão e de várias idas às urnas, eis que chegava o verdadeiro teste para o Governo de Luís Montenegro. Era preciso aprovar o Orçamento do Estado para 2025, já que PSD e CDS-PP (partidos que suportam o executivo) somam 80 deputados, insuficientes para garantir a viabilização do documento. O Chega teve dificuldades em assumir uma posição e o Governo queria negociar com o PS. Apesar da divisão dos socialistas, seguiram-se reuniões e propostas e contrapropostas e IRS e IRC foram os 'elefantes na sala'. Houve direito a intervenções de Marcelo, a pedir a aprovação do documento, e, no fim, chegar-se-ia a um entendimento - o documento foi aprovado com a abstenção PS e com os votos a favor do PSD e CDS-PP, num dia marcado pela discussão em torno das tarjas colocadas pelo Chega na fachada do Parlamento.
Mas o ano não acaba sem crises políticas e na Madeira o futuro é incerto. Um desfecho que será conhecido em 2025.
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