O ex-deputado socialista Ascenso Simões criticou a antiga eurodeputada Ana Gomes por ter afirmado que António Vitorino, um dos nomes mais falados para ser escolhido como o candidato apoiado pelo PS às próximas eleições presidenciais, tem um "passado de advogado lobista".
"Figuras que têm acesso aos meios de comunicação social deviam ter algum cuidado na forma como se expressam. Lamentei as opiniões de Augusto Santos Silva relativamente a António José Seguro, mas as declarações de Ana Gomes, além de não terem nenhum fundamento, são do universo da saúde mental, não são do universo da política nem das relações normais entre pessoas, quanto mais entre camaradas", defendeu Ascenso Simões, no espaço de comentário na SIC Notícias.
O ex-deputado socialista revelou que a "estrutura do PS espera que António Vitorino seja o candidato" e que os membros do partido possam, na próxima comissão nacional, "apoiar essa mesma candidatura".
"É o que as pessoas estão à espera e anseiam. António Vitorino e Pedro Nuno Santos esperam exatamente isso", acrescentou o ex-deputado do PS.
Em reação, já esta segunda-feira de manhã, também na SIC, Ana Gomes reafirmou que não alinha "naqueles que estão num de branquear tudo".
"Estão em causa aspetos importantíssimos, designadamente em relação a conflitos de interesses em vários momentos e casos que estão perfeitamente documentados. Só quem quer enganar é que diz que não há fundamento. Estão documentados", acrescentou Ana Gomes.
No comentário anterior, que foi alvo de críticas, a antiga eurodeputada chegou a dizer que Pedro Nuno Santos devia escolher "gente séria, gente credível, gente com experiência política" e não "espertalhaços que vão utilizar as instituições para outros desígnios".
O PS, que não apoiou formalmente nenhum candidato nas duas eleições anteriores, em 2016 e 2020, vai reunir a comissão nacional para analisar o dossiê.
Carlos César, presidente do PS, afirmou, na segunda-feira, à CNN Portugal, que há duas hipóteses, podendo os dirigentes do PS optar num dos nomes possíveis ou num perfil ou ainda num calendário "para tratar o tema". "Temos condições no dia 8 de fevereiro de tomar uma boa decisão", disse.
Nas últimas semanas, vários dirigentes socialistas têm-se dividido entre o apoio a António José Seguro, como João Soares, e António Vitorino, o antigo comissário que remeteu uma decisão para o início do ano, que é elogiado pela ex-ministra Mariana Vieira da Silva.
[Notícia atualizada às 11h00]
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