A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, acusou esta segunda-feira a Câmara de Loures de agir com violência contra os moradores de um bairro ilegal no concelho ao anunciar a demolição das casas sem apresentar alternativas habitacionais aos moradores e pediu "rendas adaptadas aos salários" das pessoas que ali vivem.
"Quando uma Câmara Municipal faz um anúncio de demolição de casas, as pessoas não têm alternativa. São pessoas que trabalham, mas não conseguem encontrar uma alternativa de habitação, a solução para estas pessoas se forem despejadas, desalojadas, se as suas casas forem demolidas, é viver debaixo daquela ponte que ali está à frente", afirmou Mariana Mortágua durante uma ação de solidariedade no bairro clandestino das Marinhas do Tejo, que a autarquia de Loures pretende demolir, localizado em Santa Iria da Azóia.
Por isso, Mortágua exige que as rendas sejam adequadas aos salários destas pessoas.
"Trabalham, são mão de obra especializada, carpinteiros, mas não conseguem pagar uma renda. Estas famílias são o fundo da cadeia alimentar. Quando há uma crise que expulsa as pessoas do centro de Lisboa e a classe média para viver mais longe das cidades, as pessoas que antigamente viviam nesses bairros vão ser empurradas para viver em barracas, as pessoas que vivam em barracas vão ser empurradas a viver em tendas e quem não pode viver em tendas vai viver na rua", defendeu a coordenadora do BE.
Para a líder do Bloco, em causa está um caso de "violência que o Estado está a impor a famílias que estão a trabalhar" e que se veem nesta situação como resultado da crise na habitação que o país enfrenta.
A bloquista insistiu que a solução para esta crise passa pela regulação e tetos nas rendas, para garantir que são adequadas aos salários, assegurar que as casas destinadas, por exemplo, a negócios de alojamento local são usadas para fins habitacionais e uma maior construção pública.
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