Maioria estável na Madeira? Albuquerque "é arguido. Governo pode cair"

Paulo Cafôfo defende que a "questão judicial" em que Miguel Albuquerque está envolvido não permite "garantir estabilidade" para o arquipélago, mesmo em caso de maioria absoluta do PSD.

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© Partido Socialista

Cátia Carmo
19/03/2025 11:53 ‧ há 7 horas por Cátia Carmo

Política

Eleições na Madeira

O candidato do PS Madeira às eleições regionais, Paulo Cafôfo, defendeu que Miguel Albuquerque não pode pedir uma "maioria para garantir estabilidade" na Madeira porque está envolvido numa "questão judicial" e "é arguido".

 

"Que estabilidade pode ter uma pessoa que é arguida e que, a qualquer momento, a justiça pode levá-lo a responder e o governo cair. Isto não é estabilidade nenhuma. E que estabilidade é a de alguém que, como presidente do governo, tem tido uma postura que não tem salvaguardado os interesses dos madeirenses?", questionou Cafôfo, em declarações aos jornalistas, esta quarta-feira, no Funchal.

Paulo Cafôfo acusou também o atual presidente do Governo Regional da Madeira de ter "abandonado os madeirenses" durante os incêndios em agosto do ano passado.

"É preciso comparar-se a minha postura enquanto presidente da Câmara do Funchal, nos incêndios de 2016, que assolaram esta cidade. Dia e noite a zelar pelo bem-estar das pessoas, das suas vidas e dos seus bens e a postura de Miguel Albuquerque a fugir para Porto Santo, para as suas férias, quando as pessoas estavam a fugir de casa com o fogo à sua porta. Isto vai estar em avaliação no próximo domingo", afirmou o candidato do PS Madeira.

O socialista recusou comentar a campanha eleitoral dos adversários, mas apontou que "Miguel Albuquerque não aparece nos cartazes do próprio partido porque sabe bem que vale menos do que o próprio PSD" e acusou-o de "usar e abusar" da posição como líder do governo regional.

"Não comento a campanha eleitoral dos outros partidos, mas Miguel Albuquerque usa e abusa da sua posição de presidente do governo para a sua campanha, causando desigualdade na ação de campanha relativamente a mim", acrescentou.

As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.

As eleições antecipadas ocorrem dez meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) - e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).

Leia Também: "Há paralelismo entre Albuquerque e Montenegro: a falta de transparência"

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