O antigo presidente da Assembleia da República Eduardo Ferro Rodrigues considerou, esta sexta-feira, que o Partido Socialista (PS) não está 'em atraso' no que diz respeito às eleições presidenciais, que se realizam em 2026.
Em entrevista à SIC, o socialista foi confrontando sobre a possibilidade de os portugueses escolherem Henrique Gouveia e Melo, perante a inexistência de ligação a partidos políticos. "É o que dizem as sondagens, mas ainda estamos muito longe. Vamos ter várias eleições antes dessa, a começar pelas Legislativas."
Questionado sobre se o PS já deveria ter avançado com um candidato, Ferro Rodrigues disse, justificando: "Não. Ninguém ia adivinhar como esta crise [política] se ia desenvolver. Hoje em dia, ninguém quer saber o que faz [o único pré-candidato] Marques Mendes, a não ser uma entrevista que dê. Quando tinha o tempo de antena semanal era mais ouvido do que agora que é pré-candidato presidencial".
Defendendo que o PS "ainda não tem um candidato porque ainda não apareceu a figura que o PS possa vir a apoiar de forma clara e inequívoca", Ferro Rodrigues reforçou, quando questionado sobre a sua preferência para o nome que o partido deveria avançar: "Espero que desta vez António Vitorino avance e estou convencido de que um debate político sério entre António Vitorino e o Almirante Gouveia e Meio será esclarecedor."
Interrogado sobre um debate com Vitorino e Marques Mendes, Ferro Rodrigues considerou que também seria seria esclarecedor, "certamente", e rematou: "Tanto António Vitorino como Luís Marques Mendes são pessoas que têm uma experiência política muito forte, com argumentação sobretudo política. Não têm aquela coisa de tentarem colar-se ao invisível e o invisível é aqueles que acham que todos os políticos são iguais e que só andam ali para se servirem e não para servirem o país. Não é isso que eu considero que existe na democracia portuguesa. Espero que haja possibilidade de estes três debates, pelo menos, serem muito esclarecedores."
Note-se que as Presidenciais vão acontecer em janeiro do próximo ano, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a querer marcar a ida às urnas para dia 25, calhando uma eventual segunda volta em 15 de fevereiro, três semanas depois. Até 2026, o calendário político está preenchido, podendo este ser consultado aqui.
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