O presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, defendeu, esta quarta-feira, que as pessoas querem um "Governo que governe para quatro anos e querem ter a possibilidade de avaliar esse Governo", acrescentando que "estão fartos desta redoma inerente a alguns partidos políticos de estarem a discutir questões que não têm a ver com a vida da pessoas".
"Querem paz, estabilidade, previsibilidade e alguém que governe", salientou Miguel Albuquerque, em declarações aos jornalistas, à chegada ao hotel Sana Malhoa, em Lisboa, para o Conselho Nacional do Partido Social Democrata (PSD), sublinhando que os portugueses "vão votar num candidato a primeiro-ministro e numa linha de rumo para Portugal".
Já questionado sobre a solução que o PSD arranjou para ter maioria absoluta no Parlamento da Madeira, após ter vencido as eleições regionais, no passado domingo, e se acha que isso deveria acontecer no continente, o presidente do PSD/Madeira respondeu de forma afirmativa.
"Acho que, neste momento, o que é preciso é fazer uma campanha esclarecedora e clara porque as pessoas estão fartas de equívocos e estão fartas, também de outra coisa, que é esta agenda histeria mediática das redes sociais, a maledicência, que não leva a nada e que só serve aos populismos", salientou.
Interrogado ainda sobre o facto de, há uns tempos, Luís Montenegro ter dito que se estivesse no lugar de Miguel Albuquerque não se recandidataria, o presidente do Governo Regional afirmou que "cada um tem a sua opinião".
"Eu sei quem sou e ele [Luís Montenegro] tem a sua opinião, eu respeito. Nada tenho contra o primeiro-ministro, nós somos solidários neste momento porque o que interessa é o país e é fundamental que o PSD, nesta coligação, ganhe as eleições para continuarmos a ter um Governo em Portugal", notou Miguel Albuquerque.
O presidente do governo regional da Madeira frisou ainda que "parece que Portugal está alheado ao que se está a passar no contexto europeu".
"A Europa vive, neste momento, talvez, a maior mudança e o maior desafio desde a II Guerra Mundial [...] é uma mudança geopolítica que ameaça o espaço físico europeu, é uma diminuição dos apoios e da cobertura do chamado 'guarda-chuva americano' e, neste momento, é fundamental definir quais são as políticas e quais os recursos que os países europeus vão alocar para a defesa, segurança e digitalização e isso vai ter implicações nas decisões em Portugal", disse.
E acrescentou: "Nós estamos aqui a discutir questões lana-caprina, empresas, se fazia ou não fazia, isso não interessa nada. Neste momento, temos de nos centrar naquilo que interessa ao país".
Questionado se a campanha para as Legislativas vai ser centrada em casos como foi a campanha da Madeira, Albuquerque sublinhou: "A minha não. A minha foi uma campanha em defendi aquilo que estou a dizer. Solução do Governo, estabilidade, previsibilidade, segurança para as pessoas".
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