Conselho de Ministros? "O que assistimos hoje foi a versão Bolhão 2"

O PCP acusou hoje o primeiro-ministro de ter voltado a usar o Conselho de Ministros para fazer um comício do PSD, "versão 2" do Mercado do Bolhão no Porto, com ação de propaganda sobre apoio a empresas.

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Lusa
10/04/2025 20:02 ‧ há 3 dias por Lusa

Política

Paulo Raimundo

Estas críticas foram feitas por Paulo Raimundo na sessão de apresentação do compromisso eleitoral do PCP para as legislativas de 18 de maio, depois de interrogado sobre o facto de o líder do executivo, Luís Montenegro, ter anunciado um conjunto de medidas "com um volume superior a dez mil milhões de euros" para responder às tarifas aduaneiras aplicadas pelos Estados Unidos.

 

"O que assistimos hoje, diria assim, foi a versão Bolhão 2, porque, em particular a intervenção, do primeiro-ministro, foi uma autêntica ação de propaganda", respondeu o secretário-geral do PCP, numa alusão ao Conselho de Ministros da semana passada, no final do qual os membros do Governo passearam pelo Mercado do Bolhão no Porto.

Para Paulo Raimundo, o Conselho de Ministros de hoje foi "mais uma grande ação de propaganda, que foi para lá inclusive da apreciação da situação em concreto" do país.

Luís Montenegro, segundo o líder do PCP, "até se atreveu fazer campanha eleitoral".

"Pela minha parte, enquanto via aquilo, estava a pensar quando é que acabava o comício do PSD e vinham as conclusões do Conselho de Ministros. E aquilo que o Governo apresentou é também um bocadinho verbo de encher", considerou.

De acordo com o secretário-geral do PCP, a atitude do executivo PSD/CDS é de "beija-mão às decisões de Donald Trump", presidente do Estados Unidos.

"O Governo fez uma contabilização [do impacto das tarifas], pegou nas linhas de crédito, pegou nos seguros, pegou nisto e naquilo, deu uma soma, deu 10 [mil] milhões, podia ter dado oito, podia ter dado 15, mas, por acaso, deu 10 - e quis fazer um brilhante à conta disso. Ficámos melhor? Ficámos exatamente na mesma", sustentou.

Para Paulo Raimundo, na atual conjuntura, o Governo deveria ter tomado medidas para que o país "volte para aumentar a sua produção nacional".

"Face à situação atual, é preciso que o país diversifique as suas relações comerciais com o mundo e é preciso aumentar o nosso mercado interno - e a única forma de aumentar o mercado interno é elevar os salários e as pensões", contrapôs.

Questionado sobre as afirmações proferidas pelo ministro da Economia, Pedro Reis, sobre a evolução orçamental do país, o líder comunista considerou-as

"Sobre a questão do défice, diz que ninguém pode dizer que não vai haver, mas, depois, a seguir, vem dizer que não vai haver. Acho que está respondido. Hoje, aquilo a que assistimos não foi bem a um Conselho de Ministros", insistiu.

Leia Também: "Vida não é só trabalhar". PCP volta a propor horário laboral de 35 horas

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