André Ventura esteve hoje no Barreiro (distrito de Setúbal), numa iniciativa já em clima de pré-campanha eleitoral para as legislativas de 18 de maio.
Percorreu a pé algumas ruas da cidade, juntamente com algumas dezenas de dirigentes e apoiantes, mas sem a cabeça de lista por Setúbal, Rita Matias. Pelo caminho, ouviu palavras de incentivo, mas também críticas, e foi várias vezes abordado por pessoas que o queriam cumprimentar e lhe pediam para tirar uma fotografia.
O percurso terminou na ginjinha do Barreiro, cerca de um ano depois de ter estado no mesmo local.
Em fevereiro do ano passado, André Ventura tinha estado no mesmo estabelecimento, onde também bebeu uma ginjinha. Na altura, prometeu voltar em 24 de dezembro desse ano, o mesmo dia em que o Presidente da República faz a sua habitual visita ao Barreiro, esperando fazê-lo "como primeiro-ministro".
No entanto, não cumpriu essa promessa, e mal se aproximou do balcão, foi lembrado disso: "Não é como o Presidente [Marcelo Rebelo de Sousa], ele diz que vem, e vem".
"Tive uma razão para isso, entretanto o país entrou nesta coisa toda. Mas eu disse que vinha e aqui estou outra vez. Estou aqui, e voltarei", respondeu o presidente do Chega, acrescentando: "Não é muito melhor em março? Está bom tempo e tudo".
Já com os copos cheios, coube a André Ventura dar o mote para o brinde: "Ao Chega e à vitória"; "viva o Chega, viva Portugal viva o distrito de Setúbal". Com o grupo a retorquir : "Viva André Ventura".
"Tudo o que eu prometi vou fazer, pode ter a certeza", assegurou o presidente do Chega.
Depois, 'abanou' uma das bandeiras do partido, contra a dependência de subsídios estatais.
"É preciso trabalhar, não se pode pagar a quem não faz nada", disse Ventura.
"Olha, estás a falar com a pessoa indicada", ouviu-se de dentro do balcão sobre um dos barreirenses que se entretanto se tinha aproximado de Ventura, o que provocou risos da comitiva.
Enquanto a ginjinha caía dentro dos copos, o líder parlamentar do Chega olhou para a fotografia do Presidente da República pendurada na parede e comentou: "Temos de oferecer uma fotografia mais bonita do que aquela".
Em resposta a Pedro Pinto, André Ventura afirmou: "Aquela não é terrível, mas pode ser melhor".
Em declarações aos jornalistas antes desta iniciativa, o presidente do Chega voltou a criticar o primeiro-ministro e presidente do PSD por não participar em alguns debates no âmbito das eleições legislativas.
"É lamentável que o primeiro-ministro queira fugir ao escrutínio, queira fugir ao confronto, e é lamentável que tenhamos um debate numa televisão a tão pouco tempo de umas eleições sem nenhum dos candidatos a primeiro-ministro. É mau sinal para a nossa democracia, mas sobretudo é a prova do que sempre dissemos, de que Montenegro, para além de ter pouca coluna vertebral, tem pouca coragem. E isto num político é geralmente um mau sinal", defendeu.
Na sexta-feira, o debate entre a AD e o Livre será protagonizado pelo presidente do CDS, Nuno Melo, e a porta-voz e líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes.
André Ventura disse compreender esta a decisão do Livre de não indicar Rui Tavares, que tem marcado presença nos restantes frente-a-frente.
"Eu estou a colocar a tónica da responsabilidade no primeiro-ministro, Luís Montenegro. Eu compreendo a decisão do Livre de então não enviar também o seu líder. É tudo mau para a democracia, é mau para vocês [jornalistas], é mau para quem acompanha, é mau para os eleitores, porque vão estar a acompanhar o debate de duas personalidades que não são candidatas a primeiro-ministro", afirmou.
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