PCP diz que "não renuncia" ao "direito soberano do povo em sair do euro"
O deputado comunista Paulo Sá afirmou hoje que o PCP não "renuncia" ao "direito soberano do povo português em sair do euro", argumentando que o "desejável" seria a "dissolução" da união económica e monetária ou uma saída "negociada".
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Política Paulo Sá
No debate potestativo do PCP sobre a saída do euro, a renegociação da dívida e o controlo público da banca, o primeiro pedido de esclarecimento do PS foi feito pelo deputado Pedro Nuno Santos e versou exclusivamente a questão da moeda única.
"Nós não renunciamos, não prescindimos ao direito soberano do povo português em sair do euro. O povo português tem direito a decidir", afirmou Paulo Sá.
O deputado comunista respondia, assim, à pergunta do deputado socialista Pedro Nuno Santos que lhe perguntou se em caso de a saída negociada não ser possível se o PCP defende que a saída do euro deve ser feita igualmente.
Paulo Sá respondeu que "o processo desejável é uma dissolução, não a reforma, da união económica e monetária", ou uma saída de Portugal do euro que fosse "negociada" com os restantes parceiros e instituições europeias.
Pedro Nuno Santos considerou "irrealista" que os "países do centro e norte da Europa financiem" uma saída de Portugal do euro, que até poderia ter como consequência o fim da moeda única, sublinhando o "combate difícil" pela reforma da união económica e monetária ao lado do qual os socialistas se situam.
"O PS partilha de muitas das críticas que fazem à união económica e monetária", disse Pedro Nuno Santos, considerando que a saída da moeda única comportaria "prejuízos certos e vantagens incertas".
A "perda de rendimentos", um "agravamento da perda do poder de compra", além de um "custo claro, automático com a desvalorização da moeda, na proporção da inflação que subiria" são algumas dos prejuízos que o PS considera certos.
No pedido de esclarecimento, Pedro Nuno Santos questionou também Paulo Sá sobre como o PCP pensaria conseguir "compatibilizar uma saída negociada com a necessidade de evitar uma fuga maciça de capitais", mas o deputado comunista não se referiu diretamente a esta questão na sua resposta.
Na abertura, em que não esteve presente nenhum membro do Governo, Paulo Sá afirmou que "as vantagens em recuperar a soberania monetária são conhecidas: fim da dependência absoluta dos mercados financeiros para o financiamento do Estado; possibilidade de realizar uma gestão monetária, financeira e orçamental autónoma, ajustada às necessidades do país; fim da política de exploração e empobrecimento permanentes".
Na perspetiva do PCP, constituiriam ainda vantagens da saída de Portugal do euro: "ganhos de competitividade nas exportações nacionais; maior resistência à especulação financeira, à saída de capitais e ao endividamento externo".
"Com a libertação da submissão ao euro abrir-se-á a possibilidade de criar condições para o crescimento e desenvolvimento económicos, para a promoção do emprego, para a defesa da produção nacional e para uma via soberana de desenvolvimento e progresso social".
O PSD, através do deputado do PSD Pedro Pimpão, acusou o PCP de se referir aos "impactos para sociedade portuguesa" mas não dizer concretamente como seria "o dia a seguir" a uma saída da moeda única.
Pedro Pimpão disse que as consequências passariam pela "subida das taxas de juro, desvalorização da moeda, quebra do valor salarial na ordem dos 30%".
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