"Temos de fazer uma análise mais fina dos dados. Se olharmos para este mesmo período, verificamos que emigraram cerca de 63 mil portugueses e foram para cursos de formação no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) cerca de 43.500 trabalhadores. Ou seja, mais de 100 mil trabalhadores, deixando de contar para as estatísticas do desemprego", disse o deputado comunista, nos Passos Perdidos do parlamento.
A taxa de desemprego caiu para os 13,1% no terceiro trimestre deste ano, uma queda homóloga de 2,4 pontos percentuais e um recuo de 0,8 pontos face ao trimestre anterior, segundo o INE, ou seja, uma população desempregada de 688,9 mil pessoas, o que representa uma diminuição trimestral de 5,5% e uma queda homóloga de 16%, ou seja, menos 40 mil e menos 131 mil pessoas, respetivamente.
"Na realidade, nem todos aqueles que deixaram de estar desempregados arranjaram emprego. Muitos viram-se forçados a emigrar, outros foram fazer cursos de formação temporários. Deixaram de contar para as estatísticas. A redução da taxa de desemprego de 15,5 para 13,1% não reflete a realidade", continuou o parlamentar comunista.
De acordo com o INE, a diminuição trimestral verificada no terceiro trimestre de 2014 veio "confirmar a interrupção observada no segundo trimestre de 2013 de um período de quase dois anos de acréscimos sucessivos da população desempregada", enquanto a população empregada foi de 4,56 milhões de pessoas, o que corresponde a um aumento trimestral de 1,1% (mais 50,5 mil pessoas) e homólogo de 2,1% (mais 95,7 mil pessoas)