“Acho preferível que a sociedade perceba que nós [o Estado] andámos a gastar em demasia”. É assim que Medina Carreira justifica o facto de a troika ter entrado há quatro anos em Portugal.
Para Henrique Medina Carreira, “fosse qual fosse o Governo tinha que se começar a cortar”.
“O nosso problema do peso da dívida pública é parecido com o problema colonial do tempo do Estado Novo. Não se é capaz de dominar a despesa pública e por conseguinte, as exigências em matéria de imposto são muito grandes”, explica.
O comentador indica ainda que o grande problema da despesa prende-se com o aspeto social. “Não se consegue dominar a despesa pública porque muito dela é social. Ninguém pode ganhar as eleições se não disser que favorece o social. Tem sempre de gastar mais se não não há votos. Há uma distorção com a sociedade e as eleições que não é vencível”, garante.
“Os governos que entram têm de ceder à demagogia, à mentira e à incapacidade para manter a capacidade eleitoral”, afirma.
“Quando ouvir um político a prometer o estado social é porque ele está a caçar votos, mas nem sabe se tem dinheiro para mantê-lo”, remata.